Campus Virtual de Saúde Pública

Debate coordenado por Fátima Virgínia, da AP 3.1, que contou com as presenças das palestrantes Helena Maria Leal David e Vera Joana Bornstein, que abordaram temas relacionados à história dos agentes de saúde, ou seja, como surgiu a idéia de ter pessoas da comunidade fazendo uma ponte com a saúde, como se dão essas formas de mediação e os fatores que a influenciam. A primeira a falar foi Helena que resgatou o passado dos agentes comunitários de saúde e aproveitou para lembrar que a prática de transformar integrantes de comunidades carentes em trabalhadores de saúde existe em vários países e citou a Rússia e a China como exemplos. Relata que inicialmente o projeto visava formar agentes dentro das comunidades, treinando-os para desenvolver ações de promoção e educação em saúde, promovendo acesso aos cuidados adequados e agindo como instância mediadora entre a comunidade e os serviços. Ressalta que hoje, com a expansão da cobertura e a inclusão de outros programas, como o Saúde da Família, as informações se dispersaram e os próprios profissionais de saúde não sabem quem são eles e qual seu papel. A segunda palestrante, Vera Joana, se concentrou no papel dos agentes como mediadores entre o serviço e a comunidade, que nem sempre é onde o agente reside, seja na facilitação do acesso da população ao serviço de saúde, seja no controle sanitário ou no relato de informações sobre situação e condições de saúde. Aponta alguns fatores que podem influenciar neste contato com a comunidade, além de eventuais desvios de funções ou trabalhos burocráticos internos que atrapalham a atuação do agente comunitário. Encerrando a sua palestra, a pesquisadora apresentou algumas sugestões para reforçar o papel dos agentes de saúde de forma a mudar a atual situação desses profissionais, reconhecendo o seu papel dentro das comunidades, desburocratizando suas atividades e incorporando temáticas locais no programa.