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Tecnologias de sistematização da assistência de enfermagem a famílias na atenção primária à saúde

Fracolli, Lislaine Aparecida; Padoveze, Maria Clara; Soares, Cassia Baldini.
Recursos Educacionales Abiertos en Portugués | CVSP - Regional | ID: oer-3978
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem a potencialidade de monitorar a situação de saúde das famílias e, por extensão, apoiar o monitoramento dos grupos sociais a que as famílias pertencem. A consulta de enfermagem na ESF é uma prática em saúde que pode ser compreendida como sinônimo de Processo de Enfermagem (PE) na Atenção Primária à Saúde (APS), mostrando-se instrumento potente para a SAE. Seu foco, no entanto, tem sido o indivíduo e não a família, o que dificulta a compreensão das diferentes estruturas e dinâmicas familiares sobre o desgaste de seus membros, ao mesmo tempo em que limita a compreensão de como a estrutura e as dinâmicas sociais mais gerais agem sobre a saúde da unidade familiar. Dessa forma, é insuficiente para a elaboração de planos de cuidado que incidam sobre as necessidades em saúde das famílias ou dos grupos sociais a que as famílias pertencem. Além disso, há carência de tecnologias para a operacionalização da SAE, orientadas ao reconhecimento de necessidades em saúde de famílias para a operacionalização de práticas em saúde que incidam sobre o âmbito familiar. Neste contexto, cabe-nos a satisfação de apresentar o livro “Tecnologias para a sistematização da assistência de enfermagem a famílias na atenção primária à saúde” como material proposto para contribuir com a redução dessa lacuna. Trata-se de produto de pesquisas e estudos, desenvolvidos por pesquisadores ligados ao Programa de Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária em Saúde no Sistema Único de Saúde (MPAPS) da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, dentro do escopo de projeto homônimo apoiado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O desenvolvimento dos capítulos foi estruturado para contemplar dimensões necessárias ao entendimento da complexidade do contexto em que se inserem as ações de enfermagem na APS, evitando abordagem dos problemas e ações a partir de perspectiva meramente operacional e alheia ao contexto das políticas de saúde no país. A aplicação da SAE/PE no cotidiano da Enfermagem na APS não deve se limitar a objetivos operacionais ou legais, ainda que haja demandas profissionais nessa direção que necessitam de atenção. Trata-se sobretudo de compreender como se organizam os processos de trabalho de forma a responder às necessidades em saúde dos grupos sociais que moram na área de abrangência das unidades básicas de saúde. Portanto, as práticas que envolvem a SAE/PE na APS não podem estar desconectadas da compreensão de necessidades em saúde como necessidades de reprodução social da unidade familiar, o que é bem mais amplo e complexo que a soma da atenção às necessidades clínicas individuais dos membros das famílias. Além disto, é necessário avançar na reflexão sobre o conceito de família a adotar na APS, o que envolve fazer o esforço de compreender as múltiplas configurações familiares, as funções e relações familiares e como estas estão inseridas nos diversos contextos sócio-político-culturais, que perfazem a estrutura e as dinâmicas sociais atuais no nosso país. De outra forma, nossa ação pode se tornar inócua e mesmo contraproducente, uma vez que se baseia em teoria que não corresponde à realidade. Para ilustrar de forma concreta os conceitos que envolvem a família como objeto de cuidado da enfermagem, apresenta-se um resumo de experiências comparadas de Brasil e Portugal, com particular atenção às políticas específicas para APS e seus atributos. Uma discussão sobre a APS no Brasil e a ESF foi desenvolvida visando apresentar os componentes que sustentam a APS, bem como algumas alternativas de tecnologias com potencial para operacionalizar boas práticas nesse âmbito de atenção à saúde, promovendo maior acessibilidade ao cuidado integral e às ações de promoção da saúde. Nessa direção também são abordadas sínteses de evidências para políticas de saúde orientadas para as famílias, no âmbito da APS, bem como sobre a participação social, propondo opções à adoção de políticas nessas áreas. No campo da implementação de evidências, demonstra-se o potencial da ferramenta para a translação do conhecimento para a prática, nas políticas de saúde. Apresenta-se de forma detalhada e reflexiva uma perspectiva geral de diversas nomenclaturas para SAE no mundo, buscando discutir sua aplicabilidade na APS. Adicionalmente, são apresentadas experiências específicas de implantação da SAE/PE na APS e de desenvolvimento de subconjunto terminológico da Classificação Internacional de Práticas de Enfermagem (CIPE), como uma forma de ilustrar potencialidades para o preenchimento de lacunas existentes na prática de enfermagem. Apresenta-se ainda neste material, algumas ferramentas de abordagem familiar, bem como suas potencialidades para o desenvolvimento da SAE/PE. Por meio da demonstração de experiências práticas de aplicação da SAE/PE na APS e a pela discussão sobre as etapas propostas para a SAE/PE no contexto brasileiro, espera-se oferecer contribuição para o planejamento das estratégias de plena implementação da SAE/PE na APS na perspectiva da atenção às famílias. Espera-se que o material apresentado seja útil para contribuir para a qualificação de enfermeiras na execução da SAE/PE, com base em referencial teórico-prático e evidências científicas, apoiando a construção de competências para intervenções que respondam às necessidades em saúde, tanto no âmbito das raízes como no dos problemas de saúde já instalados, das famílias e grupos sociais.