A
doença pelo vírus Ebola é classificada como uma zoonose e de acordo com as evidências científicas disponíveis, os
morcegos frugívoros são considerados os prováveis
reservatórios naturais do vírus Ebola. A
infecção acomete gorilas, chimpanzés,
antílopes,
porcos,
roedores, outros
mamíferos e os
seres humanos. Há cinco espécies do vírus Ebola, que diferem em sua
virulência, denominadas Bundibugyo, Tai Forest (anteriormente denominado
Costa do Marfim),
Sudão,
Zaire e Reston,
nomes dados a partir de seus locais de origem. Apenas o vírus Ebola Reston não está relacionado à
doença em
humanos, embora haja evidência de
infecção assintomática, estando associado à
doença em
primatas não
humanos. Não há
transmissão durante o
período de incubação, que só ocorre após o aparecimento dos
sintomas e se dá por meio do contato direto da
pele não integra ou
membranas mucosas com
sangue,
tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados (incluindo cadáveres) ou
animais silvestres infectados (
sangue,
secreções,
tecidos ou carcaças). A
transmissão ocorre também através do contato com superfícies e materiais contaminados com esses fluidos (
agulhas, peças de vestiário, lençóis). Durante
surtos as
pessoas com maior
risco de
infecção são os
familiares,
profissionais de saúde e aqueles em contato próximo com
pessoas doentes ou falecidas, incluindo os
profissionais envolvidos nos enterros. Não há evidência de
transmissão aérea, a não ser durante
procedimentos que gerem
aerossol. O quadro clínico consiste em
febre, fraqueza, mialgias,
cefaleia,
dor de garganta, vômitos,
diarreia. Frequentemente evolui com erupção cutânea, disfunções
hepática e renal, e hemorragias em vários sítios. No
Brasil e nos países onde não ocorre a
doença, a
história de
viagem a países onde ocorre a
transmissão é de fundamental importância. O
diagnóstico deve ser feito a partir do
isolamento viral em
soro ou
vísceras, através de
detecção de
antígenos,
PCR e
anticorpos, em
laboratório de
referência (Instituto Evandro Chagas de Belém, Pará). Não há
vacina disponível, nem
tratamento específico com
eficácia comprovada por estudos clínicos.