Este
trabalho teve o objetivo de elaborar um
projeto de intervenção para aumento da
adesão ao tratamento do
tabagismo na área de atuação da
equipe de saúde José Valter Araújo em Janaúba (MG). Foi realizada uma
revisão bibliográfica
narrativa, visando esclarecer sobre a dificuldade de adesão dos
tabagistas ao
tratamento. Para tanto, foi realizada uma busca por artigos publicados nos últimos dez anos e indexados na Scientific Electronic Library Online (ScIELO) e na
Biblioteca Virtual em Saúde (
BVS). Também foram utilizados sites institucionais e manuais do Ministério da
Saúde. A
palavra-chave pesquisada foi
tabagismo. A
pesquisa foi refinada pela expressão "
tratamento do
tabagismo". Foram encontrados 58 trabalhos que tratam do tema proposto. O
tabagismo é compreendido como o
hábito de consumir produtos que contenham
tabaco e que nos quais a
nicotina seja o princípio ativo. O
tabagismo é considerado uma
pandemia pela
OMS. Atualmente há aproximadamente 1,1 bilhão de
fumantes no mundo. Estimativas apontam que, em 2015, o
tabaco seja responsável por 10% dos óbitos globais. No
Brasil, o
tabagismo é o responsável por 200 mil mortes anuais. O impacto sobre a
saúde advindo do uso do
tabaco é amplamente conhecido. O uso do
tabaco é responsável por 90% dos
tumores pulmonares, 75% das bronquites crônicas e 25% das
doenças isquêmicas do
coração. Segundo a
OMS, a cada 8 segundos morre uma pessoa no mundo devido ao
tabaco. As intervenções farmacológicas e comportamentais são as opções de
tratamento existentes. Os
medicamentos ajudam no manejo dos
sintomas da
síndrome de abstinência à
nicotina. São largamente utilizados os
agentes nicotínicos na
Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) e os
antidepressivos. A TRN e a
bupropiona são os
fármacos de primeira linha. A
nortriptilina e a
clonidina são consideradas de segunda linha. O
tratamento não-farmacológico consiste em
técnicas de psicoeducação, reforço da auto-
eficácia, suporte e encorajamento da relação
terapêutica. A
técnica mais difundida é a
Terapia Cognitivo-Comportamental. O
fumante geralmente apresenta um
estado de ambivalência diante dos
sintomas da abstinência e da
vontade de abandonar o vício. A maioria dos
fumantes relata que decidiu
parar de fumar por problemas de
saúde ou devido a
problemas sociais. Os fatores que mais impactam na
adesão ao tratamento são a
motivação, a dependência da
nicotina, a
síndrome da abstinência à
nicotina e a possibilidade de ganhar peso. O plano de ação proposto visa minimizar o problema da alta
prevalência de
câncer relacionado ao
tabagismo identificado na área de atuação da
equipe de saúde. Trata-se de um plano abrangente, que visa minimizar o
risco de se adquirir
câncer com foco no
controle do tabagismo. As propostas são modificar
hábitos e estilos de
vida, fomentar a
cultura de paz, aumentar os níveis de informação da
população sobre os
riscos de se adquirir
câncer, melhorar os serviços para o atendimento dos
tabagistas e implantar programas de controle de
tabagismo no município. Optou-se por contemplar as propostas que estavam dentro do espaço de
governabilidade de uma
equipe de saúde da
família e as que poderiam contar com a participação de outros atores sociais, como a
associação de moradores do bairro.