ABSTRACT
A silicose é uma doença pulmonar ocupacional geralmente de evolução crônica que pode progredir mesmo após ter cessado a exposição à poeira de sílica. O objetivo desse trabalho foi avaliar a evolução radiológica dos casos de silicose afastados do ambiente de exposição há mais de 5 anos. Foram analidadas 94 radiografias de 47 trabalhadores com diagnóstico confirmado de silicose, cadastrados no ambulatório de pneumopatias ocupacionais do HUAP. A classificação Internacional de Radiografias de Pneumoconiose da OIT foi usada para a classificação e interpretação comparativa entre as radiografias do tórax. A avaliação da evolução da doença foi realizada através da comparação entre as radiografias realizadas no momento do diagnóstico e 5 anos ou mais após o afastamento do ambiente de trabalho. Adotou-se a seguinte classificação: inalterada quando havia semelhança na leitura radiográfica das radiografias, alterada quando se observava progressão das lesões, representada pelo aumento do tamanho e/ou profusão de nódulos ou surgimento de grandes opacidades. Após 5 anos de afastamento do ambiente de trabalho, 36 dos 47 pacientes avaliados (77%) apresentaram progressão radiológica da doença. Os autores concluem, enfatizando a importância da radiografia simples do tórax para o diagnóstico, como também para análise da evolução e complicações da silicose e reforçam a necessidade de acompanhamento clínico e radiológico por toda a vida, já que a progressão da doença pode ocorrer mesmo após ter cessado a exposição à poeira de sílica.