ABSTRACT
Este trabalho teve como objetivo investigar a construção da identidade profissional de médico, considerando a diversidade de relações envolvidas nesse processo, em particular a relação médico-paciente, e a problemática da desumanização da medicina. Adotando como referência a noção de habitus, tal como formulada por Bourdieu, e as noções de identificação e de mecanismos de defesa da teoria psicanalítica, buscamos investigar os mecanismos sociais e psíquicos envolvidos na construção da identidade médica, por meio da análise do processo de internalização e exteriorização dos elementos que caracterizam o ser médico durante a formação profissional. Revelou-se a existência de mecanismos institucionais que anulam a subjetividade do aluno, desorganizam sua identidade pessoal e dele exigem condições impossíveis de ser respondidas na prática, obrigando o estudante a lançar mão de mecanismos de defesa que o impedem de viver relações saudáveis com o outro.
Este trabajo investiga la construcción de la identidad profesional del médico, teniendo en cuenta la gama de relaciones involucradas en este proceso, en particular entre el médico y el paciente dentro del tema de la deshumanización de la medicina. Teniendo como referencia la noción de habitus, formulada por el sociólogo Pierre Bourdieu, y las nociones de identificación y mecanismos de defensa de la teoría psicoanalítica, trata de investigar los mecanismos sociales y psíquicos que participan en la construcción de la identidad del médico, a través de un análisis del proceso de internalización y externalización de los elementos que caracterizan lo que significa ser médico durante la formación profesional en medicina. Se ha revelado la existencia de mecanismos institucionales que anulan la subjetividad del estudiante, configuran su identidad personal, y requieren condiciones imposibles de poner en práctica. Estos mecanismos obligan al alumno a recurrir a mecanismos de defensa que les impiden la formación de relaciones saludables.
This paper aimed at analyzing the construction of medical professional identity, considering the diversity of relationships involved in this process, (in particular, that between the doctor and the) especially the physician-patient, and the dehumanization of medicine problematic. Adopting the notion of habitus as reference, as formulated by Pierre Bourdieu, and the notions of identification and defense mechanisms of psychoanalytical theory, one seeks to investigate the social and psychic mechanisms involved in the construction of the doctor?s identity, through an analysis of the internalization process and externalization of the elements that characterize being a doctor, during the professional training. It was revealed the existence of institutional mechanisms that annihilate student?s subjectivity, disorganize their personal identity, and requiring conditions that are impossible to put into practice, forcing the student to make use of defense mechanisms preventing them from experiencing healthy relationships with the other.