ABSTRACT
OBJETIVO: Conhecer a prevalência de tracoma em pré-escolares e escolares das escolas públicas para redirecionar as atividades de seu controle. MÉTODOS: Realizou-se inquérito epidemiológico no Município de São Paulo, em 1999. A seleção das crianças com idade entre quatro e 14 anos foi feita por meio de amostragem por conglomerados, sendo o turno de estudo a unidade amostral. Foi realizado exame ocular externo para detectar a presença de sinais clínicos de tracoma. RESULTADOS: Das 27.091 crianças examinadas foram diagnosticados 597 casos de tracoma (2,2 por cento; IC 95 por cento: 1,86-2,55). A prevalência variou de 0,4 por cento a 4,2 por cento entre as 10 regiões do Município de São Paulo. A taxa de detecção entre os comunicantes foi de 8,7 por cento. Tracoma folicular foi encontrado em 99,0 por cento dos casos e tracoma intenso em 1,0 por cento dos casos. Verificou-se que 22,5 por cento dos casos eram assintomáticos. CONCLUSÕES: Embora a prevalência tenha sido baixa, a presença de formas graves aponta para a possibilidade da existência de casos cicatriciais no futuro, se não houver tratamento e controle adequado. A grande diferença entre as taxas encontradas para cada uma das regiões da cidade, indica a necessidade de intensificação das ações de vigilância epidemiológica do tracoma.