ABSTRACT
INTRODUÇÃO: A violência apresenta várias faces e, nesse contexto, pode ocorrer no cenário das instituições de saúde a violência obstétrica, que pode ser definida por qualquer ato ou conduta que venha a causar morte, sofrimento seja de ordem sexual, física ou psicológica à mulher, que pode ocorrer em instituições públicas ou privadas. OBJETIVO: Analisar as experiências de trabalho de parto e parto de mulheres que sofreram violência obstétrica. MÉTODO: Estudo descritivo, transversal, com abordagem qualitativa. Desenvolveu-se em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Juazeiro do Norte, região Sul do Ceará, Brasil. Foram convidadas a participar do estudo mulheres que sofreram violência obstétrica no referido município e que estivessem cadastradas em UBS desta mesma cidade. Os critérios de inclusão, mulheres que foram mães em um período de até seis meses e sofreram violência obstétrica. Para a coleta de dados, realizou-se uma entrevista semiestruturada, utilizando-se do critério de saturação dos dados. Para a interpretação dos resultados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: O estudo evidenciou que as mulheres sentiram medo, insegurança e ficaram de fato assustadas em estar no ambiente da maternidade. Revelou que à assistência precisa ser modificada, com maior clareza, até para os profissionais, sobre a violência obstétrica. Notou-se que as mulheres não souberam identificar ao certo o que é violência obstétrica e de que forma sofreu essa violência. E por fim, percebeu-se que essa violência afeta no vinculo do binômio mãe-filho. CONCLUSÃO: É preciso uma assistência humanizada e qualificada a estas mulheres neste momento tão delicado e importante de suas vidas.
INTRODUCTION: Violence has many faces and, in this context, may occur in the setting of health institutions obstetric violence, act or conduct based on gender, causing death, damage or suffering of a physical, sexual or psychological nature to women, both in the public sphere and in private. OBJECTIVE: To analyze the labor and delivery experiences of women who suffered obstetric violence. METHODS: Descriptive, cross-sectional study with qualitative approach, developed at Primary Health Centers (UBS) of the municipality of Juazeiro do Norte, southern region of Ceará, Brazil. Women registered in UBS of this city who suffered obstetric violence were invited to participate in the study. The inclusion criteria were women who were mothers in a period of up to six months and who suffered obstetric violence. Data collection used a semi-structured interview, using the data saturation criterion. The interpretation of the results used the content analysis technique. RESULTS: The study showed that these women felt fear, insecurity and were actually scared to be in the maternity setting. It revealed the need for care change, and the need for more clarity, even for professionals, on obstetric violence. These women do not know for sure what obstetric violence is and the way they suffered this violence. Finally, the study showed that this violence affects the bond of the mother-child binomial. CONCLUSION: It is necessary to provide humanized and qualified assistance to these women at this very delicate and important time in their lives.