Efeitos da administraçao do diclofenaco sodico a ratos submetidos a suturas colicas / Effects of diclofenac sodium administration on colonic sutures in rats.

A açao do diclofenaco sodico sobre o processo de cicatrizaçao de suturas colicas em ratos foi observada em modelo experimental que consistiu na secçao e asutura do colon ascendente desses animais.Foram estudados 90 ratos, sendo que 60 ratos (grupo I) foram submetidos a procedimento operatorio e a administraçao diaria de diclofenaco sodico(10 mg/kg) ou soro fisiologico e sacrificados em diferentes intervalos de tempo (tres, cinco, e sete dias). Foram observados outros 30 ratos (grupo II) nao submetidos ao ato operatorio, e que receberam a droga (10 mg/kg), soro fisiologico ou nao tratados (subgrupo padrao).Por fim, foram comparados os resultados obtidos com a administraçao da droga entre animais operados e nao operados e sacrificados no setimo dia de pos-operatorio (grupo III). Nos ratos operados foram observados os aspectos cirurgicos. Todos os animais (operados e nao operados) foram submetidos a observaçao dos aspectos pâonderais, das medias dos niveis plasmaticos de proteinas totais e fraçoes e das medias dos niveis de hidroxiprolina na linha de sutura ou na area equivalente. Conclui-se que o diclofenaco sodico pode interferir no processo de cicatrizaçao uma vez que: a) houve maior ocorrencia de deiscencias da incisao abdominal (53,3) entre os animais tratados com diclofenaco sodico (operados e nao operados) houve 12,5% de obitos, enquanto nenhum animal tratado com o soro fisiologico evoluiu pa5ra obito; c) nao houve ganho pnderal entre os animais tratados com diclofenaco sodico (operados e nao operados); entre os animais que receberam a droga, houve diminuiçao dos niveis plasmaticos de proteinas totais

Emprego da soluçäo hipertônica de NaCla a 7,5% na prevençäo da hipotensäo pós-desclampeamento da aorta abdominal / Use of hypertonic solution of NaCl at 7,5% in the prevention of post-declamping hypotension of the abdominal aorta

A síndrome de choque pós-desclampeamento da aorta pode complicar cirurgias da aorta abdominal, com mortalidade e morbidade elevadas. Hipotensäo grave pode se seguir à liberaçäo da pinça vascular após período prolongado de ocluso da aorta. Estudo prévio demonstrou a possibilidade de tratar esta hipotensäo pelo uso de soluçäo de NaCl a 7,5%. No presente estudo, avaliamos sua eficiência em prevenir o estado hipotensivo que segue o desclampeamento da aorta abdominal. Trinta e um pacientes, idade 31-77 anos, admitidos para tratamento de doença oclusiva aortoilíaca, foram distribuídos em dois grupos: grupo I recebeu soluçäo hipertônica de NaCl a 7,5% (2.400 mOsm/l), e grupo II recebeu soluçäo isotônica de NaCl a 0,9%, ambas no volume de 4ml/kg de peso, infundidas durante 15min. A infusäo iniciou-se 2 minutos antes do desclampeamento. A pressäo arterial média manteve-se essencialmente inalterada após a liberaçäo da pinça aórtica nos pacientes do grupo I, mas diminuiu significativamente no grupo II (p<0,05). Esta hipotensäo durou 2 a 4min após o desclampeamento. A pressäo venosa central, osmolaridade sérica e sódio plasmático aumentaram, enquanto que hematócrito e proteínas plasmáticas diminuíram no grupo I, mas a diferença näo foi significativa. Näo se observaram complicaçöes relacionadas à infusäo de NaCl a 7,5% no período perioperatório. Conclui-se que soluçäo de NaCl a 7,5% (4ml/kg-durante 15 min), administrada imediatamente antes da liberaçäo da pinça aórtica, previne eficientemente a hipotensäo pós-desclampeamento da aorta abdominal

O tratamento inicial de pacientes hipovolêmicos: emprego da soluçäo hipertônica de NaCl a 7,5% / Initial treatment of hypovolemic patients with 7,5% solution of NaCl

Trinta e três pacientes admitidos ao Serviço de Emergência em choque hipovolémico (pressäo arterial média PAM < 60mmHg) foram distribuídos ao caso em grupo I (18 pacientes) que recebeu soluçäo hipertônica de NaCl a 7,5% por veia periférica, ou em Grupo II (15 pacientes) que recebeu soluçäo isotômica de NaCl, ambas infundidas na velocidade de 10 ml/min durante 15 minutos. Os pacientes näo recebiam outras soluçöes após a infusäo, a menos que a PAM diminuisse a níveis < 80 mmHg, ou quando o paciente era encaminhado para o centro cirúrgico. Os pacientes eram excluídos do estudo täo logo eles recebiam outros volumes. A PAM era medida de 2 em 2 minutos. A osmolalidade, o sódio, o hematócrito e as protéinas plasmáticas foram determinados antes e após a infusäo. A PAM apresentou uma elevaçäo significativa durante a infusäo (p < 0,001) em 15/18 pacientes do Grupo I, enquanto que a PAM no Grupo II näo atingiu o nível de 80 mmHg em nenhum paciente durante este período. Concluimos que a infusäo de soluçäo hipertônica de NaCl a 7,5% é eficiente no tratamento inicial de pacientes hipovolêmicos. O local da infusäo na veia periférica näo mostrou sinais inflamatórios durante evoluçäo dos pacientes

Características temporais das concentraçöes plasmáticas de cortisol em primatas adrenalectomizados / Temporal characteristics of plasma concentrations of cortisol in adrenalectomized primates

As medidas das concentraçöes plasmáticas de cortisol apresentam uma ritmicidade característica tanto no homem como em primatas subumanos. Tais ritmos biológicos säo considerados como devidos à ritmicidade na produçäo e secreçäo do cortisol pelas glândulas adrenais. As concentraçöes plasmáticas de cortisol no sangue periférico säo, entretanto, resultantes näo somente da chegada deste hormônio à corrente circulatória, como também de inúmeros fatores relacionados à sua desapariçäo desse compartimento corpóreo. Estudaram-se as cararacterísticas temporais nas medidas das concentraçöes plasmáticas de cortisol em um modelo experimental, que exclui o papel da síntese e secreçäo deste hormônio na gênese destas características. Oito macacos Rhesus do sexo masculino foram submetidos a adrenalectomia bilateral e receberam infusöes venosas de succinato sódico de hidrocortisona, em velocidade constante (6 microng/kg de peso corpóreo/min), sob condiçöes ambientais controladas. Amostras de sangue foram colhidas a cada hora, por 24 horas, sendo o plasma separado e acondicionado a - 30-C, até a medida das concentraçöes plasmáticas de cortisol por radioimunoensaio. Os resultados obtidos mostraram oscilaçöes nas concentraçöes plasmáticas de cortisol, em funçäo do tempo, em todos os experimentos. Estes dados foram submetidos à "análise de Fourier" e à "análise de resíduos", que evidenciaram que as oscilaçöes observadas obedeciam a uma funçäo matemática do tipo "série de Fourier", com um componente circadiano e um componente ultradiano. Este modelo matemático se aplica, individualmente, de forma estatisticamente significativa, aos resultados obtidos na medida das concentraçöes plasmáticas de cortisol, em todos os experimentos

A extraçäo de oxigênio pelo membro inferior de pacientes no período pós-traumático imediato / Oxigen extraction by the lower limb of patients in the immediate post-traumatic period

A etiologia do hipermetabolismo pós-traumático näo está ainda totalmente esclarecida. O estado metabólico do paciente traumatizado caracteriza-se por hipercatabolismo protéico, gliconeogênese hepática e considerável aumento do consumo de O2 total, entre outros atributos. Nesses pacientes, o hipercatabolismo é quantitativamente mais importante no tecido muscular esquelético. O objetivo do presente estudo é avaliar o perfil de extraçäo de O2 pelo tecido muscular esquelético em pacientes traumatizados, comparando-o com o mesmo perfil em controles normais. Foram estudados 14 pacientes, com idades variando entre 15 e 55 anos (média de 32 anos), vítimas de traumatismo que exigiu cirurgia de grande porte para seu tratamento, e comparados a 12 voluntários normais, com idades variando entre 13 e 64 anos (média 36 anos). Pacientes e voluntários pertenciam ao sexo masculino e se apresentavam hemodinamicamente estáveis, afebris, em repouso, jejum e recebendo apenas, soro fisiológico nas 12 horas que antecederam o estudo. As coletas de sangue arterial (artéria radial) e venoso (veia femoral comum) foram efetuadas entre 24 e 36 horas de pós-operatório e às 8 horas da manhä. Foram medidas nas amostras: pO2 saturaçäo de O2 hemoglobina, sendo calculado o conteúdo de O2 nas amostras arteriais e venosas. Sua diferença é diretamente proporcional ao consumo de O2 pelo membro inferior, dentro de certas limitaçöes. A extraçäo de O2 no território muscular esquelético dos pacientes (6,41 + ou - 1,69 ml/100 ml) foi elevada em relaçäo ao O2 nos voluntários (4,94 + ou - 1,63 ml/100 ml) com significância estatística ao nível de 5% (t = 2,25). As alteraçöes observadas refletem indiretamente a aceleraçäo das reaçöes oxidativas que caracterizam a fase catabólica do período pós-traumático imediato