Vasculopatia polipoidal idiopática da coróide com localização extramacular (VPIC-E) / Idiopathic polypoidal choroidal vasculopathy with extramacular location (IPCV-E)

Descrever os achados clínicos e angiográficos da vasculopatia polipoidal idiopática da coróide com localização extramacular (VPIC-E), bem como os resultados obtidos com a laserterapia em dois casos. Análise de dois casos de VPIC-E utilizando as angiografias com fluoroceína e indocianina verde para orientação no diagnóstico e tratamento. O diagnóstico definitivo de VPIC-E foi estabelecido após a utilização da angiografia com indocianina verde, que nos permitiu realizar a laserterapia das lesões polipóides com sucesso. A angiografia com indocianina verde é usualmente indicada para o diagnóstico de neovascularização subretiniana oculta e também pode ser útil em lesões exsudativas extramaculares atípicas, permitindo o diagnóstico definitivo em casos de VPIC-E.

Neovascularização sub-retiniana: fatores prognósticos na era da terapia fotodinâmica / Subretinal neovascularization: prognostics factors in the photodynamic therapy era

Objetivo: Estabelecer características clínicas e angiográficas que tenham valor prognóstico para o tratamento das neovascularizações sub-retinianas com a terapia fotodinâmica (TFD) usando a Verteporfirina. Local: Clínica de Olhos Dr. Fernando Kayat Avvad - Rio de Janeiro - RJ. Material e Métodos: Foi estudada a resposta clínica e angiográfica à primeira sessão de terapia fotodinâmica com Verteporfirina (Visudyne) em 73 casos consecutivos de neovascularização sub-retiniana. Além da realização do exame oftalmológico completo e da angiografia com fluoresceína, também utilizamos a angiografia digital computadorizada com indocianina verde para análise de todos os casos. Resultados: Os denominadores comuns das lesões neovasculares que apresentaram uma boa resposta à primeira sessão de terapia fotodinâmica foram: tamanho menor que 4,5mm, ausência de descolamento de epitélio pigmentado e limites bem determinados à angiografia com indocianina verde. Conclusão: A utilização da angiografia de coróide com a indocianina verde permite uma análise mais detalhada dos casos de neovascularização sub?retiniana e, conseqüentemente, dos critérios de indicação e contra-indicação para a terapia fotodinâmica.

The digital indocyanine green videoangiography characteristics of idiopathic central serous chorioretinopathy / The digital indocyanine green videoangiography characteristics of idiopathic central serous chorioretinopathy

Objetivo: Avaliar as caracteristicas da coroido-retinografia serosa central (CRSC) pela vedeogiografia digital com a indocianina verde (ICG). Método: Foram revistos os angiogramas obtidos de pacientes com CRSC realizados no período de 2 anos no New England Eye Center. Exclui-se aqueles casos apresentando achados atípicos (Exsudatos lipídicos, hemorragia e deslocamento do epitélio pigmentado), neovascularizaçäo sub-retiniana e pacientes acima de 55 anos. Resultados: Dos 15 pacientes selecionados, 12 80 (por cento) mostravam área de exsudaçäo difusa da ICG em torno de um ponto de hiperfluorescência focal em ambos os exames(ICG e fluoresceína).Em todos os casos o ponto hiperfluorescente visto na angiografia pela ICG correspondia ao "hotspot" visto na angiografia fluorescente. Dois olhos(13.3 por cento) apresentaram uma área exsudaçäo pela ICG limitado ao ponto identificado na fluoresceinografia e um olho (6,7 por cento)teve um exame normal à ICG. Déficits de perfusäo da coróide foram observados em 3(20 por cento) dos olhos, mas näo puderam ser definidos como primários ou secundários.Anormalidades à ICG foram identificadas nos olhos contra-laterais assintomáticos de 3 casos (20 por cento).Conclusäo: Coroido-retinopatia serosa central manifesta-se à angiografia pela ICG como uma doença coroidiana difusa.

Videoangiografia digital computadorizada com indocianina verde / Digital indocyanine green (ICG) videoangeography

A videoangiografia digital computadorizada com indocianina verde (ICV) é uma modalidade diagnóstica recentemente desenvolvida que tem se mostrado útil naqueles casos em que a angiografia fluoresceína é inconclusiva no diagnóstico ou na delineação de membranas neovasculares subretinianas (MNVSRs). Esse método permite reclassificar, como bem definidas aproximadamente 40 por cento das MNVRs consideradas como ocultas ou mal definidas pela fluoresceinografia. Dessa forma, permite que possamos beneficiar um maior número de pacientes através do tratamento a laser. Além disso, a ablação seletiva do tecido neovascular, minimizando o dano à retina neurosensorial, seria teoricamente possível ao se realizar a fotocoagulação com laser diodo logo após a impregnação do tecido neovascular com ICV. Isso se deve à coincidência entre o espectro de emissão desse tipo de laser e o de absorção da ICV.

Anestesia local em cirurgia vítreo-retiniana / Local anesthesia in vitreoretinal surgery

Foram estudados retrospectivamente 1835 casos de cirurgia vitreo-retiniana, realizados entre janeiro de 1987 a dezembro de 1992. A anestesia geral foi utilizada em 321 (17,5 por cento) casos e a anestesia local (bloqueio Peribulbar) em 1514 (82,5 por cento). Em 8 dos 1514 casos (0,5 por cento) em que se iniciou com o bloqueio, foi preciso mudar para a anestesia geral, em funçäo da ansiedade do paciente. O tempo de cirurgia foi de até 2 horas em 67 por cento do total de casos. O tempo de recuperaçäo pós-operatória foi de até 24 horas em 73 por cento. Dor ocular ocorreu em 37 casos (11,5 por cento) entre os submetidos à anestesia geral e em 60 (4 por cento) dos submetidos à anestesia local (p<0,001). Ocorreram náuseas e vômitos em 42 (13 por cento) entre os que receberam anestesia geral e 53 (3,5 por cento) entre os anestesiados com local (p<0,001). Os resultados deste trabalho sugerem que a anestesia local com bloqueio peribulbar é uma alternativa segura para cirurgias vítreo-retinianas, mas que isto näo significa que se possa prescindir de um acompanhamento de paciente em ambiente hospitalar por um período de até 24 horas, na maioria dos casos.

Forum / Forum

Na ediçäo de junho 1994, tivemos a oportunidade de disutir alguns dos mais recentes avanços terapêuticos e de diagnóstico colocamos ao nosso alcance, tentando esclarecer as reais e falsas expectativas que geralmente cercam a incorporaçäo de tais recursos ao nosso dia a dia. Aproveitamos para chamar a atençäo de nossos leitores , que os tópicos aqui apresentados se encontram em permanente discussäo. Aqueles que qeuiserem tirar dúvidas, manifestar opiniöes ou descrever experiências pessoais diversas daquelas aquimostradas, poderäo se valer deste espaço, escrevendo diretamente para o Coordenador do Forum. Contamos com sua participaçäo

Anestesia peribulbar na cirurgia da catarata / Peribulbar anesthesia in cataract surgery

Os autores examinaram, de modo retrospectivo, um total de 2672 cirurgias de extraçäo da catarata, pela técnica extracapsular planejada, com indicaçäo para implantaçäo de lente intraocular em todos os casos, dos quais 1446 sob anestesia geral e 1226 com bloqueio peribulbar. Os resultados mostraram que, quando houve ruptura da cápsula posterior sem perda de vítreo, foi possível implantar o cristalino artificial em todos os casos, independente do tipo de anestesia empregada. Sob anestesia geral, tal ruptura ocorreu em 66 casos (4,56 por cento) dos quais 28 (1,93 por cento) perderam vítreo. Quando sob anestesia peribulbar, tais valores foram de 45 casos (3,67 por cento) e 19 (1,55 por cento), respectivamente. Quanto à implantaçäo de lente intraocular de câmara posterior em situaçöes de perda de vítreo, observamos que ela foi mais freqüente na anestesia peribulbar (0,73 por cento = 7 casos) do que sob anestesia geral (0,43 por cento = 3 casos). Tais resultados demonstram a eficácia do bloqueio peribulbar, e suas vantagens se tornam ainda mais patentes a medida que o cirurgiäo adquire mais experiência com o seu manuseio.

Lente intraocular e hipermetropia / Intraocular lens and hyperopia

Foram estudados 96 olhos com comprimento axial menor que 22.0 mm, submetidos a facectomia extracapsular com implante de lente intraocular de câmara posterior. O "folow-up" mínimo foi de 3 meses e o máximo de 84, com média de 24 meses, o poder dióptrico das lentes variou de 20.0 a 28.0, com média de 23.5. Näo foram observadas complicaçöes intra e pós-operatórias que comprometessem a acuidade visual final, com 89.6% dos casos alcançando 20/40 ou melhor. Do ponto de vista refracional, obtivemos com a fórmula SRKII um erro menor que 0.50, 1.25 e 2.00 dioptrias em 23.9%,61.4% e 87.5% dos casos, respectivamente. Com a fórmula SRK, observamos percentuais similares (28.1%, 66.7% e 83.3%). Porém, foi observada a tendência de se manter o olho pseudofácico hipermétrope em 66.7% dos casos, com a SRK e míope em igual percentual com a SRKII

Experiência de 2 anos com lentes intra-oculares de modelo circular / Two years experience with intraocular lens circular model

Os AA. descrevem sua experiência com os implantes de lentes intra-oculares de câmara posterior de desenho circular (modelo CHIP), combinados com a técnica intercapsular de extraçäo da catarata, analisando nível de dificuldade com o seu manuseio, centralizaçäo, acuidade visual pós-operatória, complicaçöes e incidência de opacificaçäo da cápsula posterior. Após a realizaçäo de 54 implantes deste tipo, e com um "follow-up" entre 7 e 26 meses, foi observado que a implantaçäo é täo fácil quanto aquela realizada com modelos em J ou C modificado, uma vez dominada a técnica intercapsular, em todos os caso se logrou colocar as lentes dentro do saco cristalineano, alcançando excelente centralizaçäo; a acuidade visual e complicaçöes se mostraram com resultados similares às demais lentes de câmara posterior. No entanto, a incidência de opacificaçäo da cápsula posterior näo mostrou a diminuiçäo que era de se esperar em se tratando de um modelo com alça totalmente fechada, toda em PMMA: cerca de 13 olhos (24 p/cento) vieram a apresentar tal opacificaçäo, até o presente momento