ABSTRACT
Seis adolescentes com cegueira congênita, alunos da Fundação Jonathas Telles de Carvalho, em Feira de Santana, concordaram em participar da presente pesquisa respondendo questionários e outros instrumentos de entrevista sobre imagem corporal e sexualidade. Os resultados demonstram que os adolescentes com cegueira têm fiel percepção de sua imagem corporal, que é construída a partir do que lhe dizem e pelo toque do próprio corpo. Em todos os adolescentes foi observado elevado nível de auto-estima e autopercepção como sexualmente atraentes. Existe consciência das transformações corporais da adolescência, embora com desinformação e receio sobre as mesmas. Todavia prevalece o desejo de construir uma relação afetivo-sexual, desejo esse semelhante ao dos adolescentes videntes. A ausência no país de um modelo pedagógico especial para educação sexual de portadores de deficiência visual agrava os desafios desta fase da vida e predispõe a preconceitos por parte da sociedade.