ABSTRACT
As hepatites virais são um grave problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo, sendo a hepatite B uma das mais relevantes dos pontos de vista clínico e epidemiológico. Esta hepatite é causada pelo HBV, virus com alta transmissibilidade e que é transmitido principalmente por via sexual e parenteral. Em países com alta endemicidade, as infecções pelo HBV frequentemente podem ocorrer durante a infância, da mãe infectada para filho (transmissão vertical) ou de um membro da família a outro via contato sexual (transmissão horizontal). Nesse sentido, a política de vacinação de um país é um grande determinante do risco de desenvolver ou não a hepatite B. No início da decada de 80, com o surgimento da vacina recombinante, muitos países adotaram uma política de imunização universal. Esta política consiste na vacinação de todas as crianças com menos de 1 ano de vida, e com até 12 horas após o nascimento, para evitar a transmissão vertical, e também nas crianças e adolescentes de 11 a 19 anos, uma vez que este grupo etário apresenta uma maior susceptibilidade em adquirir a infecção pelo virus B. Atualmente, esta política é a adotada no Brasil. A baixa cobertura vacinal para hepatite B observada na caderneta de Saúde do Estado de Pernambuco e do município de São José do Belmonte, associada à alta transmissibilidade do vírus causador desta doença levaram à necessidade da formulação de um plano de intervenção vacinal para melhorar esta cobertura. Com este plano, torna-se possível evitar o surgimento de novos casos de hepatite B e reduzir o risco da transmissão da doença. O presente projeto elaborou um plano de intervenção vacinal contra hepatite B, em crianças e adolescentes na faixa etária de 11 a 19 anos, residentes no município de São José do Belmonte-PE. É sabido que a prevenção efetiva neste grupo reduz drasticamente a chance de adquirir a infecção pelo HBV e de desenvolver a hepatite B ao longo da vida, e com isso auxilia a reduzir as taxas de morbi-mortalidade desta doença na população em geral.