ABSTRACT
O presente trabalho teve como propósito comparar a imagem digital convencional (modalidade 1), a imagem digital invertida (modalidade 2) e a análise simultânea de ambos (modalidade 3) na detecção e estimativa da profundidade de lesões cariosas proximais. Imagens digitais diretas de 41 dentes posteriores foram utilizadas neste estudo. Vinte observadores foram treinados e calibrados para a interpretação dos dois tipos de imagens digitais. As respostas dos observadores, obtidas em três sessões de observação, foram comparadas ao estado real das superfícies dentais conhecido pelo exame histológico. Áreas sob as curvas ROC ("Receiver Operating Characteristic") e valores de sensibilidade, especificidade e acurácia foram utilizados com medidas de desempenho dos observadores na detecção de lesões cariosas. O teste estatístico Kappa ponderado foi usado com medida do desempenho dos observadores na tarefa da estimativa da profundidade das lesões cariosas. Todos os valores foram avaliados por análise de variância (ANOVA). Valores médios das áreas sob as curvas ROC (Az) para a imagem digital convencional, a imagem digital invertida e para o uso simultâneo das duas foram 0,702, 0,690 e 0,712, respectivamente. Valores mádios de especificidade foram 0,860, 0,875 e 0,843, respectivamente. Valores médios de acurácia foram 0,795, 0,787 e 0,799, respectivamente. Em relação à estimativa da profundidade de cárie, os valores médios do teste estatístico Kappa ponderado foram 0,378, 0,383 e 0,420, respectivamente, para as modalidades 1, 2 e 3. ANOVA não demonstrou diferenças estatisticamente significantes entre as três modalidades testadas, tanto na tarefa de detecção de lesões cariosas quanto na tarefa de determinação de sua profundidade. Conclui-se que imagens invertidas não devem ser consideradas fundamentais na detecção de cárie e na avaliação de sua profundidade