ABSTRACT
Partindo da concepção de morte enquanto dimensão essencial da existência e considerando que os modos de concebê-la revelam alguns componentes de subjetivação que circulam em cada momento histórico, a presente pesquisa qualitativa analisou as maneiras como produções musicais brasileiras fazem alusão à morte, evidenciando impactos que ela gera nas subjetividades. Como resultado, foi possível reafirmar a importância da Arte como campo possível para superar o interdito posto sobre a morte, assim como para elaboração dos afetos dela emergentes. Verificou-se a contribuição da noção de sustentabilidade afetiva na interface com as produções artísticas musicais para superação da negação da morte e para a experimentação de outros modos afetivamente sustentáveis de conviver com esse acontecimento. Concluiu-se que a dificuldade de abordar a morte é um desafio enfrentado pela Arte e pela Psicologia Social que pode ser superado à medida que ambas admitem seu caráter inevitável e potente para invenção de novas vidas.
Starting from the conception of death as an essential dimension of existence and considering that the ways of conceiving it reveal some components of subjectivation that circulate in each historical moment, the present qualitative research analyzed the ways in which Brazilian musical productions allude to death, highlighting the impacts it generates in subjectivities. As a result, it was possible to reaffirm the importance of Art as a possible field to overcome the interdict placed on death, as well as to elaborate the affections emerging from it. It was verified the contribution of the notion of affective sustainability in the interface with musical artistic productions to overcome the denial of death and for the experimentation of other affectively sustainable ways of living with this event. It was concluded that the difficulty of approaching death is a challenge faced by Art and Social Psychology that can be overcome as both admit its inevitable and potent character for the invention of new lives.