Estudo morfométrico e estatístico da presença de pontes miocárdicas sobre o ramo interventricular anterior (descendente anterior) da artéria coronária esquerda em brasileiros / Morphometric and statistical study of myocardial bridges on anterior intraventricular branch (anterior descending) of the left coronary artery in Brazilians

Cinqüenta coraçöes humanos foram dissecados na regiäo da artéria interventricular anterior (IVA, nome clínico: descendente anterior). Foram feitas diversas medidas cardíacas (peso total, espessura das paredes livres ventriculares direita e esquerda), e medidas das "pontes" miocárdicas sobre a artéria IVA (profundidade máxima, comprimento, distância ao óstio coronário esquerdo). Na amostra aleatória de coraçöes estudados a incidência de "pontes" foi de 38%. Näo houve correlaçäo entre as várias medidas cardíacas, as "pontes" e a artéria IVA. Foram estatisticamente significativas somente as seguintes correlaçöes (p < 0,01): espessura do ventrículo esquerdo x profundidade da "ponte", e distância da "ponte" ao óstio coronário esquerdo x profundidade da das "pontes"; este índice pode ser um parâmetro na avaliaçäo clínica de "pontes" miocárdicas. Do ponto de vista anatômico a presença de "pontes", como um achado isolado, é uma variaçäo da sintopia da artéria IVA e do miocárdio ventricular

Tratamento cirúrgico da endocardite infecciosa na fase ativa / Surgical treatment of infective endocarditis in the active phase

Foram estudados 20 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no HSE-RJ, de julho de 82 a junho de 86, portadores de endocardite infecciosa (EI) com infecçäo ativa. O critério diagnóstico utilizado foi a presença de pelo menos dois dos seguintes parámetros: a) quadro clínico típico; b) duas hemoculturas positivas para o mesmo germe; c) presença de vegetaçäo no ecocardiograma. Além disto foi critério obrigatório e excludente, a presença de vegetaçöes e demais evidências histopatológicas de infecçäo ativa na peça operatória. A doença cardíaca prévia mais freqüente foi a febre reumática em 35% dos pacientes. Apenas 15% dos pacientes näo exibiam doença cardíaca prévia, enquanto em 10% a EI assestou-se em próteses mecânicas. Outras patologias encontradas foram a cardiopatia congênita em 20% dos casos, a degeneraçäo mixomatosa em 10% e miocardiopatia hipertrófica em 5%. A indicaçäo cirúrgica baseou-se em insuficiência cardíaca grave, progressiva e refratária ao tratamento em 90% dos pacientes, enquanto nos 10% restantes foi a infecçäo incontrolável. O comprometimento da válvula aórtica em 70% dos nossos pacientes, parece indicar uma evoluçäo mais grave nesta localizaçäo da endocardite. A mortalidade (30%) se aproxima dos resultados obtidos nos grandes centros médicos internacionais. O tratamento cirúrgico na fase ativa da endocardite infecciosa em pacientes de alto risco proporciona uma sobrevida muito maior do que o tratamento clínico isolado. Todos os pacientes sobreviventes estudados apresentaram cura bacteriológica, grande melhora da funçäo cardíaca, bem como da qualidade de vida