ABSTRACT
O objetivo deste estudo clínico prospectivo foi avaliar os deslocamentos dentoesqueléticos e a remodelação óssea em crianças tratadas com o aparelho de Herbst. A análise das alterações ocorreu através de modelos 3D, e os resultados foram comparados a um grupo-controle não tratado. Foram avaliadas 13 crianças não tratadas (idade média inicial de nove anos) e 13 tratadas com o aparelho de Herbst durante um ano (idade média inicial de 10,6 anos). Os pacientes realizaram tomografias de feixe cônico inicial (T0); após seis meses (T1, apenas para os indivíduos tratados); e no final do período de observação (T2). Modelos 3D foram construídos a partir das tomografias e sobrepostos em relação à superfície da base do crânio. Os deslocamentos das regiões anatômicas de interesse foram visualizados e quantificados (em mm) utilizando mapas coloridos tridimensionais. Os dados foram submetidos à análise estatística de Ancova (p < 0,05). Os mapas coloridos demonstraram que os incisivos superiores em pacientes tratados com o aparelho de Herbst tiveram um menor deslocamento anterior (1,44 mm; +/- 2,36) em relação ao grupo-controle, onde os incisivos superiores foram mais protruídos (3,33 mm; +/- 1,25). A remodelação na região articular foi inexpressiva, menor do que 1 mm. As variáveis da região anterior da maxila e da mandíbula foram estatisticamente insignificantes. Concluiu-se que o aparelho de Herbst não restringiu o crescimento anterior da maxila. Houve maior restrição do deslocamento dos incisivos superiores no grupo tratado do que no grupo-controle. O deslocamento da mandíbula no grupo tratado não foi maior do que no grupo-controle.
The aim of this prospective study was to evaluate the dento-skeletal displacement and bone turnover in children treated with the Herbst appliance. The analysis of the changes was through 3D models and the results were compared to an untreated control group. 13 untreated children (initial age of 9 years) and 13 treated with the Herbst appliance for 1 year (initial mean age 10.6 years) were evaluated. Patients underwent initial cone beam CT (T0), after six months (T1, only for treated individuals) and at the end of the observation period (T2). 3D models were constructed from the scans and superimposed on the surface of the skull base. The displacements of the anatomic regions of interest were visualized and quantified (in mm) using three-dimensional color maps. The data were submitted to statistical analysis Ancova (p < 0.05). The color maps showed that the upper incisors in patients treated with the Herbst appliance had a smaller anterior displacement (1.44 mm; +/- 2.36) than in the control group, where the upper incisors were more protruded (3.33 mm; +/- 1.25). Remodeling the joint region was negligible, less than 1 mm. The variables of the anterior maxilla and mandible were statistically insignificant. It was concluded that the Herbst appliance not restricted forward growth of the maxilla. There was greater restriction of movement of the upper incisors in the treated than in the control group. The displacement of the mandible in the treated group was not higher than in the control group.