ABSTRACT
OBJETIVO: Avaliar a freqüência e os tipos de alterações observadas à tomografia computadorizada e ressonância magnética em pacientes com deficiência aparentemente idiopática de hormônio do crescimento e investigar a possível relação entre imagem neurorradiológica e presença de deficiência isolada e múltipla de hormônio do crescimento. MÉTODOS: Realizamos tomografia computadorizada e ressonância magnética da região hipotálamo-hipofisária em 37 pacientes com deficiência de hormônio do crescimento. Os pacientes foram divididos em deficiência isolada de hormônio do crescimento (Grupo A) e deficiência múltipla de hormônio do crescimento (Grupo B). RESULTADOS: A tomografia computadorizada foi normal em 25 (68 por cento) e alterada em 12 (32 por cento) pacientes. Observamos sela vazia em 50 por cento dos pacientes, parcialmente vazia em 17 por cento e hipoplasia hipofisária em 33 por cento. Não observamos diferença entre o percentual de alterações à tomografia computadorizada entre os Grupos A e B (p = 0,55). A ressonância magnética foi normal em 17 (46 por cento) e alterada em 20 (54 por cento) pacientes. A ressonância magnética, observamos sela vazia em 10 por cento, parcialmente vazia em 15 por cento e hipoplasia hipofisária em 75 por cento dos pacientes. Entre os pacientes com ressonância magnética alterada, 70 por cento apresentavam neuro-hipófise ectópica, e em 60 por cento a haste hipofisária estava afilada ou ausente. Os pacientes do Grupo B apresentaram maior percentual de alterações à ressonância magnética quando comparados aos do Grupo A (p = 0,03). Houve discordância entre tomografia computadorizada e ressonância magnética em 43 por cento; entretanto, não observamos diferença no percentual de anormalidades quando comparamos tomografia computadorizada e ressonância magnética (p = 0,06). CONCLUSAO: A hipoplasia hipofisária e a neuro-hipófise ectópica são as alterações mais encontradas em pacientes com deficiência de hormônio do crescimento. A associação de hipoplasia hipofisária com outras anormalidades observadas à ressonância magnética pode sugerir a presença de deficiência múltipla de hormônio do crescimento.