Crianças expostas à violência conjugal: avaliação do desempenho acadêmico / Children exposed to marital violence: assessment of academic performance

O trabalho avaliou o desempenho acadêmico de 30 crianças em pares, sendo 15 crianças do Ensino Fundamental expostas à violência conjugal e 15 crianças não expostas à violência, do mesmo sexo e idade, escolhidas nas mesmas salas de aula do respectivo par. Os professores responderam à Escala de Avaliação da Performance Acadêmica (EAPA) e forneceram o Boletim Escolar dessas crianças. O TDE - Teste do Desempenho Escolar foi aplicado para constatar as áreas acadêmicas em que estas crianças apresentavam dificuldades. Das 15 crianças expostas avaliadas, 14 presenciaram pelo menos um episódio de agressão da mãe e sete estavam convivendo com violência conjugal há mais de cinco anos. Os resultados da EAPA foram significativamente menores para o grupo exposto, com a média de 52,9 pontos contra 67,8 do grupo de crianças não expostas. Nas análises dos resultados dos conceitos do Boletim Escolar e do TDE, as diferenças não foram significativas.

Representaçöes da violência conjugal de 117 mulheres de Campinas-BRasil / Representation of the domestic violence by 117 women of Campinas-Brazil

A violência contra a mulher, provocada pelo cônjuge, vem aumentando consideravelmente, ganhado proporçöes de um grave problema de saúde pública. Neste estudo, tivemos como objetivo pesquisar as "representaçöes que 117 mulheres faziam de si mesmas, de seus companheiros e da violência doméstica. Estes conhecimentos podem ajudar na prevençäo deste fenômeno, na medida em que nos informam o grau de percepçäo que estas pessoas apresentam sobre estas ocorrências, sobre suas conseqüências e possibilidade de obter ajuda. Distribuímos 480 questionários a mulheres residentes na regiäo de Campinas - Estado de Säo Paulo, dos quais 117 mulheres responderam a nossas perguntas. O instrumento de pesquisa utilizado compreendia cerca de 60 questöes, que foram respondidas pelas participantes em seus domicílios. Os resultados obtidos demonstraram que as mulheres que vivenciam a violência doméstica exprimem representaçöes de seus casamentos e dos seus companheiros, essencialmente negativas, desesperançosas e repletas de ressentimentos. Demonstram, em relaçäo a si mesmas, baixa auto-estima, além de sentimentos de triteza e irritaçäo crescentes, que podem caracterizar sintomas distímicos. Concluímos que a intervençäo psicoterápica associada ou näo aos psicofármacos pode ajudar estas mulheres a readquirirem forças para buscar medidas mais efetivas de resoluçäo de seus conflitos