ABSTRACT
O estudo teve como objetivo estudar a representação social da família entre mães, uma vez que, culturalmente, elas têm sido consideradas como centrais dentro do contexto familiar. A partir de uma fundamental revisão histórica das concepções de família ao longo dos séculos e da contextualização de suas imagens e funções, o estudo foi orientado teoricamente pela teoria das representações sociais. Foram entrevistadas doze mães de diferentes idades, níveis de instrução, estados civis e níveis sócio-econômicos. Os pontos críticos da entrevista relacionavam-se aos papéis da mãe na família: criação de filhos, manutenção da casa e questões relativas à convivência em família. A análise das informações coletadas revelou a importância da presença da mãe na família, assim como duas noções básicas da composição desta: uma nuclear (pai-mãe-filhos) e outra concepção mais ampla, na qual a convivência e a afinidade definiam os laços familiares. A distribuição de papéis e funções entre pai e mãe diferiu significativamente de acordo com a classe econômica à qual pertenciam as entrevistadas. Finalmente, identificou-se a concepção de família ideal, revelada pelo desejo das mães de possuir uma família estável, dentro de um modelo tradicional, em que o casamento e a manutenção do núcleo familiar foram considerados essenciais para a existência de uma família saudável.