ABSTRACT
Analisa-se sob um enfoque muldisciplinar o caso de uma paciente de 36 anos com lúpus eritematoso disseminado diagnosticado há 15 anos, sem manifestaçöes neuropsiquiátricas. Procurou atendimento psiquiátrico em dezembro de 1987, para fazer psicoterapia, referindo conflitos conjugais e dificulades tais como organizar suas tarefas e expressar-se verbalmente. Nos dias subseqüentes, apresentou distúrbios da atençäo voluntária e espontânea, déficit de memória de fixaçäo, labilidade afetiva e idéias de cunho persecutório. Nesse período, surgiram outros sinais de atividade da doença. As avaliaçöes de nível mental (WAIS-Weschler Adult Intelligence Scale), personalidade (teste de Rorschach) e os testes neuropsicológicos (Luria) revelaram alteraçöes nas esferas cognitiva e afetiva. Frente ao quadro clínico apontando compromentimento reumatológico e psíquico, foi tratada com imunossupressor, tendo ocorrido a remissäo dos sintomas psíquicos. Os autores discutem os atuais critérios para a investigaçäo de atividade da doença lúpica no sistema nervoso central e a interaçäo de fatores biológicos, psicológicos e sociais na gênese e manifestaçöes do quadro