ABSTRACT
A distribuiçäo desigual das doenças crônico-degenerativas tem sido atribuída aos diferentes graus de transformaçäo social em diversas populaçöes. Estudos internacionais em populaçöes indígenas submetidas a mudanças em seus estilos de vida têm mostrado prevalências elevadas de hipertensäo arterial e de outros fatores de risco cardiovasculares. Foi feito um estudo de prevalência desses fatores de risco na populaçäo adulta das aldeias indígenas Sapukai, Paraty-Mirim e Araponga no Rio de Janeiro. Após recenseamento, a populaçäo teve os dados coletados através de entrevista e de avaliaçöes clínicas e bioquímicas. O universo estudado foi de 80 homens e 71 mulheres. As prevalências em toda a amostra foram respectivamente para: hipertensäo arterial (4,8 por cento, 2,6 por cento e 7,4 por cento); sobrepeso (26,7 por cento, 19,5 por cento e 34,8 por cento) e obesidade (4,8 por cento, 3,9 por cento e 5,8 por cento); alteraçöes lipídicas do colesterol total (2,8 por cento, 2,7 por cento e 2,9 por cento) e dos triglicerídios (12,6 por cento, 9,5 por cento e 15,9 por cento). Todas as prevalências foram superiores no sexo feminino e maiores nas idades mais avançadas. Os resultados sugerem que a populaçäo avaliada encontra-se sob o risco intermediário para as doenças crônicas, mostrando que devem ser empreendidos esforços para controlar os fatores de risco.