ABSTRACT
A cirurgia cardíaca provoca alterações fisiopatológicas que contribuem para o desenvolvimento de complicações pulmonares no pós-operatório. Geralmente ocorre disfunção muscular respiratória relacionada principalmente com a perda da capacidade de gerar força. Devido ao conhecimento dos efeitos deletérios da cirurgia sobre a musculatura respiratória e suas repercussões na função pulmonar, o objetivo do presente estudo foi analisar a evolução das pressões e volumes pulmonares desde o pré-operatório até a alta hospitalar. Foi realizado um estudo multi caso com 10 pacientes cardiopatas submetidos à cirurgia cardíaca eletiva, média de idade 55-12,2 anos. Os pacientes foram avaliados segundo as mensurações das pressões respiratórias máximas, volumes pulmonares e FR, além de dados coletados nos prontuários. Na análise estatística foi observada diminuição significativa nas variáveis de pressões respiratórias, tanto entre o pré-operatório e a alta hospitalar como nas comparações dos pós-operatórios entre si. Os volumes pulmonares foram significativamente menores entre o pré e 2° dia de pós-operatório. Estes resultados sugerem que os pacientes apresentavam debilidade muscular respiratória desde o pré-operatório, a qual acentuou-se após os procedimentos cirúrgicos proporcionando um padrão respiratório superficial, concluindo-se que a avaliação fisioterapêutica respiratória é fundamental desde o pré-operatório para prevenir alterações relacionadas à função pulmonar.