ABSTRACT
Foram estudadas 190 pacientes submetidas à curetagem uterina por abortamento incompleto na Maternidade Dona Evangelina Rosa (Teresina/PI), sob os aspectos sociais, religiosos, econômicos, psicológicos e médico-jurídicos. Do grupo amostral, 45 pacientes declararam ter provocado aborto. O misoprostol foi utilizado como meio abortivo por 81 por cento das pacientes. Destas, 38 por cento eram reincidentes. Com relação à prática do aborto, apenas 13 por cento são favoráveis incondicionalmente, 16 por cento são sempre desfavoráveis, enquanto as demais aceitam as formas previstas na lei. A grande maioria dos abortos provocados incidiu em mulheres católicas, solteiras, sem filhos, de idade até 29 anos, que iniciaram precocemente sua vida sexual e possuem baixos níveis socioeconômico e de escolaridade. Quase metade desse grupo não usava qualquer método contraceptivo. O aborto provocado foi admitido de forma irrestrita apenas por uma pequena parcela. Deve-se ressaltar a ineficácia da legislação vigente à medida em que se constata elevados indices de abortamento provocado de tipo contrário à ordem juridica