O controle da infecçäo hospitalar no Hospital de Base do Distrito Federal Brasília, 1984-1986 / Cross infection control in Hospital de Base do Distrito Federal, 1984-1986

O presente trabalho relata a experiência do Hospital de Base do Distrito Federal, no período de 1984-1986, analisando os dados obtidos com a implantaçäo de um programa de vigilância epidemiológica no "Controle da Infecçäo Hospitalar". Os indicadores epidemiológicos obtidos através de dois métodos de coleta de dados: Notificaçäo Espontânea ou näo Controlada e Pesquisa Ativa de Casos, encontrando-se grandes diferenças entre os indicadores medidos por estes dois métodos. No Berçário, por exemplo a taxa de infecçäo hospitalar pela notificaçäo foi de 15% e com a pesquisa ativa de casos elevou-se para 70,0% (Tabela I). Foram analisados outros indicadores epidemiológicos tais como: tempo médio de permanência hospitalar e coeficientes de sensibilidade aos antimicrobianos. Com Relaçäo ao tempo médio de permanência foi encontrado uma média de 12,6 dias para pacientes SEM infecçäo hospitalar e 40,0 dias para aqueles COM infecçäo acarretando prejuízo para o paciente e para o hospital com aumento de custo hospitalar (Tabela II). Os coeficientes de sensibilidade aos antimicrobianos das bacterias freqüentemente encontradas foram muito baixos com relaçäo aos antibióticos mais utilizados (Tabela IV). Este trabalho procurou evidenciar a importância da Vigilância epidemiológica das infecçöes hospitalares por uma "Comissäo de Controle de Infecçäo Hospitalar" que tivesse em sua composiçäo um médico epidemiologista e uma enfermeira para cada 50 a 70 leitos, como foi relatado nas principais áreas críticas do hospit

Infecçöes hospitalares: implantaçäo e funcionamento da Comissäo de controle de Infecçäo Hospitalar do Hospital das Forças Armadas e Hospital de Base do Distrito Federal / Hospital infections: establishing and operation of the Hospital Infection Control Committee of the Hospital das Forças Armadas and Hospital de Base do Distrito Federal

A Comissäo de Controle de Infecçäo Hospitalar do HFA constituída há alguns anos foi reformulada em maio de 1986, conforme normas do American Hospital Association e portaria 196 do Ministério da Saúde, com a inclusäo de um médico-epidemiologista. No Hospital de Base do Distrito Federal esta reformulaçäo ocorreu em 1983. A partir desta reformulaçäo, em ambos os hospitais se iniciou um "Programa de Controle de Infecçäo Hospitalar" tendo como pilares básicos: 1 - vigilância epidemiológica das infecçöes hospitalares, 2 - supervisäo e controle, 3 - treinamento de pessoal. Através da implantaçäo da Vigilância Epidemiológica das infecçöes Hospitalares do Hospital de Base se verificou de outubro de 1985 a abril de 1986 significante reduçäo na taxa de infecçäo hospitalar em 81% na UTI; em 85% na ortopedia e em 47% no berçário daquele hospital. Apenas no Hospital de Base a racionalizaçäo de antimicrobianos gerou uma economia de US$ 550.000, em dois anos (1984-1985). No Hospital das Forças Armadas foi observado reduçäo em 60% na taxa de infecçäo hospitalar na UTI de setembro à dezembro de 1986; reduçäo em 50% na taxa de infecçäo hospitalar no 8§, 9§ e 10§ andar de abril a junho de 1987; no Bercário 95% (212/224) dos pacientes näo utilizaram qualquer antibiótico, de agosto a dezembro de 1986, apenas 4% (10/224) dos pacientes apresentaram infecçäo hospitalar. Através da Supervisäo e Controle decidiu-se pela aboliçäo de ampolas de óxido de etileno, suspensäo de esterilizaçäo por óxido de etileno por näo preencher normas de segurança e eficácia, etc. (Portaria 80/86 M.S.). Durante três anos (1985 a 1987), 278 profissionais do Hospital de Base e Hospital das Forças Armadas foram treinados no "Curso de Introduçäo ao Controle de Infecçäo Hospitalar com material instrucional editado pelo Ministério da Saúde, no qual foram investidos 1040 horas (Tabela V, VI, VII, VIII)

Controle do consumo de antimicrobianos no Hospital de Base do Distrito Federal / Control of anti-infective agents consumption in the Hospital de Base do Distrito Federal

No período de fevereiro a junho de 1984, a Comissäo de Controle de Infecçäo Hospitalar (CCIH) do Hospital de Base do Distrito Federal verificou que o índice de consumo de antimicrobianos foi de 59,6 unidades/paciente internado, considerado elevado mesmo quando comparado com os de outros hospitais nacionais terciários. A partir de entäo, a CCIH passou a desenvolver um programa educativo iniciado em agosto de 1984, que foi acrescido, em janeiro de 1985, de uma ficha de prescriçäo de antimicrobianos com preenchimento compulsório. Com estas duas metodologias, houve reduçäo de 50,5% no consumo, em período de oito meses (de agosto de 1984 a março de 1985). Säo discutidas as informaçöes obtidas a partir da introduçäo da ficha de prescriçäo de antimicrobianos e propostas algumas medidas visando ao aprimoramento do programa de controle

Infecçöes cirúrgicas no Hospital de Base do Distrito Federal: estudo prospectivo de 200 casos / Surgical infections at the Hospital de Base do Distrito Federal: prospective study of 200 cases

Devido a importância das infecçöes cirúrgicas dentro do contexto das infecçöes hospitalares, tanto no tocante à morbidade quanto à mortalidade e aos seus custos, os autores resolveram investigar no Hospital de Base do Distrito Federal através do Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecçöes Hospitalares os fatores de risco que contribuem para aumento das taxas de infecçöes cirúrgicas na Unidade de Cirurgia Geral. Foi elaborado um "Protocolo de Infecçäo em Cirurgia Geral" (em anexo) semelhante ao adotado pelo Dr. Edmundo Machado Ferraz no Hospital Baräo de Lucena (Recife-PE). No período de novembro de 1984 a fevereiro de 1985 foram analisados 200 casos do total de 348 cirurgias realizadas na Unidade de Cirurgia Geral. Quanto ao potencial de contaminaçäo da ferida cirúrgica encontramos as seguintes taxas de infecçäo: a) Cirurgias limpas - 12,8 (11/86) b) Cirurgias potencialmente contaminadas - 22,2% (8/36) c) cirurgias contaminadas - 34% (16/47) d) Cirurgias infectadas - 31,3 (5/16). Säo confrontadas as taxas encontradas com as de outros hospitais nacionais e internacionais e discutidos outros fatores de risco além do potencial de contaminaçäo já que altas taxas de infecçäo näo é um dado útil do ponto de vista epidemiológico a menos que conheçamos as categorias das operaçöes realizadas