ABSTRACT
Os objetivos do presente estudo foram: a) verificar se as idéias de "quente" e "frio" existiam na comunidade goianiense, b) conhecer quais os alimentos/remédios "quentes" e "frios" definidos pela populaçäo, relacionando-se com os problemass de saúde a que se aplicavam, e c) conhecer as regras de uso (prescriçöes e proibiçöes), e as consequências pela violaçäo e/ou desconhecimento das regras. Foram realizadas reuniöes em grupos com estudantes de medicina, entrevistas abertas com 11 informantes e entrevistas através de questionário com 39 senhoras, sendo que 36 delas informaram 348 indicaçöes para alimentos "quentes" e "frios" tendo predominado a categoria "quente" (197 indicaçöes), a categoria alimentar frutas (38,5%) seguida de ervas e condimentos (27%) e a origem vegetal das indicaçöes (87,9%). Os alimentos/remédios "quentes" foram indicados preferencialmente para problemas do trato respiratório (58,1%) e os "frios" para os problemass gastrointestinais e gênito-urinários (58,2%). A regra de uso (dos termos opostos) näo se apresentou de forma clara no grupo estudado. Em 75% dos casos a família foi o veículo de transmissäo da idéia desde a infância