ABSTRACT
O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial evocado auditivo de tronco encefálicoem recém-nascidos a termo, com hiperbilirrubinemia neonatal. Setenta e um recém-nascidos a termo, 35 com icterícianeonatal fisiológica agravada (grupo I), 24 com icterícia porincompatibilidade ABO (grupo II) e 12 anictéricos, sem outrasintercorrências, foram examinados por meio do potencial evocadoauditivo de tronco encefálico. Análise estatística de variância foi usadapara avaliar as latências absolutas, interlatências e a morfologia(reprodutibilidade) das respostas, além da associação das alterações do potencial evocado auditivo de tronco encefálico com o nível plasmático de bilirrubina, pelo coeficiente de Pearson. De acordo com o critério adotado no presente estudo, as alterações demorfologia da ondas auditométricas ou ondas obtidas por potencial evocado foram mais freqüentes no grupo II do que no grupo controle (p= 0,023). Não foram observadas diferenças entre os grupos G I e G II (p= 0,083) e entre controle e G I (p = 0,166). A latência da onda I (80dBNA, boa reprodutibilidade) e interlatência III-V (40 dBNA, reprodutibilidade limitada) mostraram diferenças significativas entre recém-nascidos ictéricos e o grupo controle (0,008 e 0,004, respectivamente). Houve associação positiva, fraca (9%) entre os níveis de bilirrubina indireta eo potencial evocado auditivo de tronco encefálico apenas quando os dois grupos foram analisados em conjunto. Ahiperbilirrubinemia neonatal alterou a condução do estímulo auditivo em recém-nascidos a termo com icterícia por incompatibilidade no sistema ABO. Houve fraca correlação positiva entre os níveis de bilirrubina e as alterações do potencial evocado auditivo de tronco encefálico.