ABSTRACT
Com o objetivo de avaliar o desempenho reprodutivo de 80 mulheres que tiveram neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), analisou-se a primeira gestaçäo após o episódio molar. Dois grupos foram estabelecidos: aquelas submetidas a qumioterapia, rotuladas como "tratadas", e as que alcançaram remissäo espontânea, "controle". O diagnóstico de NTG baseou-se nos achados clínicos peculiares a doença, dosagen de gonadotrofinas coriônicas plasmáticas e ultra-sonografia pélvica. No seguimento pós-molar, mereceram quimioterapia as pacientes que näo alcançaram remissäo espontânea após o prazo regulamentar de acompanhamento. A quimioterapia interferiu no futuro reprodutivo das pacientes "tratadas", tornando maior a freqüência de abortamento espontâneo de primeiro trimestre. Ultrapassada a fase de abortamento de primeiro trimestre (12ª semana), nenhuma repercussäo relevante sobre o curso da prenhez foi consignada. Toda paciente portadora de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), independente do estadiamento clínico da doença, sofre, por definiçäo, grave frustraçäo da perda reprodutiva temporária, necessitando, quase sempre, recompensar-se com futura gestaçäo. A exceçäodaquelas tratadas cirurgicamente mediante histerctomia, quase todas alcançaram remissäo espontânea ou após quimioterapia. É indispensável poder oferecer a tais pacietnes perspectivas reprodutivas que lhes assegurem pré-natal bem acompanhado, parto adequado e prole hígida. É o que visa o presente trabalho