ABSTRACT
Objetivo: Avaliar a frequência de complicações per e pós-operatórias, assim como os resultados cirúrgicos das primeiras cirurgias de catarata realizadas após o término da residência médica em oftalmologia. Metodologia: Foram coletados os dados de 500 cirurgias, todas realizadas pelo mesmo cirurgião (sem o auxílio de outro cirurgião mais experiente) no Hospital São Julião, em Campo Grande, MS, no período de junho de 200 a janiro de 2003. Os dados foram estatisticamente trabalhados no programa Epi-info 2002. Resultados: Realizaram-se 252 (50,4 por cento) cirurgias em pacientes do sexo feminino e 248 (49,6 por cento) em pacientes do sexo masculino. Foram feitas 425 (85 por cento) facectomias extracpsulares. Setenta e cinco (15 por cento) olhos foram submetidos à técnica de facoemulsificação. Foram observadas complicações pós-operatórias em 51 (10,2 por cento)olhos. Houve 28 (5,6 por cento) casos de rotura de cápsula posterior. Em 406 (81,2 por cento) olhos a acuidade visual pós-operatória com correção foi melhor ou igual que 20/40. Conclusão: Os dados per e pós-operatórios encontrados nesse estudo são semelhantes aos encontrados por outros autores. A acuidade visual apresentou melhora na grande maioria dos pacientes operados. Assim, após o término da residência médica, o cirurgião deve se sentir encorajado a operar, não se desestimulando ante as complicações, ocorrentes tanto com os menos quanto com os mais experientes.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Child, Preschool , Child , Adolescent , Adult , Middle Aged , Cataract Extraction , Intraoperative Complications , Postoperative Complications , Treatment OutcomeABSTRACT
Objetivo: Verificar as alterações oculares mais prevalentes em 1008 pacientes portadores de hanseníase. Local: Hospital São Julião, Campo Grande - MS. Método: Foi realizado um levantamento das alterações oculares em 1008 pacientes hansenianos do Hospital São Julião, através de protocolos específicos, durante o período de agosto de 1998 a dezembro de 2000, e consequentemente processamento dos dados existentes. Resultados: Dos pacientes examinados, 43.3 porcento (437 casos) eram da forma virchowiana, 18.7 porcento (188 casos) da forma dimorfa, 14.3 porcento (144 casos) da forma tuberculóide, 5.5 porcento (56 casos) da forma indeterminada e 18.2 porcento (183 casos) não tiveram sua forma clínica devidamente preenchida em seu protocolo específico para as alterações oculares. A alteração mais comum, das quais pesquisamos, foi a diminuição da sensibilidade corneana, atingindo 35.3 porcento dos pacientes (356 casos). A segunda mais comum foi a paresia, presente em 28 porcento dos pacientes (282 casos), seguida pela madarose, com uma prevalência de 27.2 porcento (274 casos). A hipossecreção lacrimal (teste de Schirmer < 5 mm) esteve presente em 20.4 porcento (206 casos) dos pacientes. Setenta e quatro porcento dos hansenianos (746) casos tinham acuidade visual compatível com a normalidade (visão igual ou melhor que 20/30) em pelo menos um dos olhos. Catarata, lagoftalmo, triquíase, ectrópio e úlcera de córnea estiveram presentes em, respectivamente, 13.2 porcento (133 casos), 13 porcento (131 casos), 6 porcento (60 casos), 3.8 porcento (38 casos) e 1.1 porcento (11 casos) dos pacientes. Lesões oculares graves foram achados incomuns neste estudo, o que, em parte, se deve ao tratamento precoce e acompanhamento rotineiro desses pacientes. Conclusão: Comparando os dados deste estudo com trabalhos semelhantes de diferentes autores, concluímos que, em alguns aspectos, houve uma grande variabilidade dos dados encontrados. Atribuímos isso a vários fatpres relacionados à metodologia, qualidade e quantidade da amostra, condições de trabalho e outros que, por si só, poderiam explicar tais diferenças.