ABSTRACT
Objetivo: avaliar a associação entre a hemorragia peri-intraventricular e o desconforto respiratório no recém-nascido prematuro. Métodos: estudo observacional prospectivo realizado no Hospital das Clínicas da UFMG. Foram incluídos os prematuros com peso de nascimento inferior a 2.000 g, nascidos consecutivamente durante um ano (n = 95). A hemorragia peri-intraventricular foi diagnosticada por ecografia transfontanelar. O desconforto respiratório foi graduado de acordo com o tipo de tratamento recebido.Resultados: não houve influência da presença de desconforto respiratório no surgimento da hemorragia (p = 0,3). Ao se considerar apenas a necessidade de ventilação mecânica, foi demonstrada uma associação estatisticamente significativa entre este fator e a ocorrência do sangramento (p= 0,0008; RR 3,9, intervalo de confiança a 95%: 1,8-8,8). Foi encontrada uma estreita relação entre pneumotórax e a hemorragia, mesmo após ajustamento para a necessidade de ventilação mecânica (p=0,017; RR 2,8; intervalo de confiança a 95%: 1,7-4,6). A idade gestacional e o peso de nascimento não foram fatores significativos após ajustamento estatístico multivariado. Conclusões: em concordância com a literatura, a hemorragia peri-intraventricular no prematuro provavelmente tem uma origem multifatorial, com cada fator assumindo maior ou menor importância dependendo da situação clínica global. Os fatores mais relevantes no presente estudo foram a necessidade de ventilação mecânica e a ocorrência de pneumotórax.
Objetive: to examine the association of respiratory distress syndrome with intraventricular hemorrhage in the preterm infant. Methods: observational prospective of 95 premature infants born consecutively in the UFMG Maternity Center in one year period (n = 95). Intraventricular hemorrhage was diagnosed by serial cranial ultrasonography, and respiratory distress syndrome was graded according to the kind of respiratory therapy received. Results: the association of hemorrhage with respiratory distress was not statistically significant (p = 0.3). However, when only babies who underwent mechanical ventilation were considered, this association was statistically significant (p = 0.0008; RR 3.9, 95% confidence interval: 1.8-8.8). Pneumothorax was also statistically associated with bleeding even after adjustment to the presence of mechanical ventilation therapy (p = 0.017; RR 2.8; 95% confidence interval: 1.7-4.6). There was no influence of birth weight or gestacional age in the development of hemorrhage after multivariate adjustment. Conclusious: intraventriculat hemorrhage probably has a multifactorial origin as suggested by publications on the subject, with each factor assuming less or more importance depending on the global clinical situation. The most relevant factors in the present study wery mechanical ventilation therapy and pneumothorax.