ABSTRACT
OBJETIVO: Verificar alguns fatores de risco para a baixa estatura em adolescentes escolares e trabalhadores. MÉTODOS: A amostra foi estratificada, constituída por 50dos escolares da quinta série ao terceiro colegial das duas maiores escolas dos municípios de Monteiro Lobato e de Santo Antonio do Pinhal, em 1999, uma de zona urbana e outra de zona rural, com um total de 756 indivíduos. A desnutriçäo foi definida pelo indicador altura/idade, segundo o padräo do National Center for Health Statistics (1977). Foram feitas a distribuiçäo da altura/idade na populaçäo amostrada e uma análise multivariada, utilizando o método "stepwise", em que a baixa estatura foi a variável dependente. RESULTADOS: Constatou-se que 12,7 por cento (96) dos adolescentes estavam abaixo do P5 do padräo, 24,4 por cento (184) entre os centis 5 e 15 e 47,1 por cento ( 356) entre 15 e 50. A chance de baixa estatura foi associada à idade: tomando-se como base a faixa etária entre 10 e 13 anos, para os indivíduos entre 14 e 17 anos, encontrou-se mais do que o dobro de chance de baixa altura (ORaj=2,49) e, para aqueles de 17 a 19, o triplo (ORaj=3,37). Estar desempregado aumenta o risco de baixa estatura (ORaj=2,86) em relaçäo aos que trabalham. Também säo maiores as chances de baixa estatura entre os que trabalham em tempo parcial (ORaj=1,81). CONCLUSOES: Constataram-se determinantes econômicos no risco de desnutriçäo crônica entre os adolescentes, na medida em que o trabalho é parte imprescindível da estratégia de sobrevivência desse grupo. Ressalta-se que a aplicaçäo da legislaçäo referente ao trabalho do menor deve ser acompanhada de políticas públicas compensatórias