ABSTRACT
A incorporaçäo da pirazinamida (PZA) ao esquema quimioterápico da tuberculose permitiu que o seu tratamento fosse encurtado para seis meses. A despeito da eficácia da PZA in vivo, experências in vitro com esta droga näo demonstram atividade bactericida relevante. Com a finalidade de avaliar o efeito da PZA sobre a resposta imune, foram realizados testes cutâneos de hipersensibilidade tardia com PPD e antígeno de Candida albicans ou testes de transformaçäo lifoblástica, em 33 pacientes com tuberculose pulmonar antes e durante o tratamento: 21 em uso de PZA e 12 controles em quimioterapia sem este fármaco. Encontramos transformaçäo linfoblástica basal de 905 ñ 302 cpm nos doentes que usavam PZA, em contraste com 258 ñ 147 cpm anteriores à quimioterapia, e 323 ñ 90 cpm no grupo tratado sem PZA. Estas diferenças säo estatisticamente significantes. Ocorreu também uma tendência de maior reatividade cutânea em pacientes submetidos à PZA, mas com diferenças näo significantes. Nossos resultados podem explicar, em parte, como esta droga age contra o M. tuberculosis e indicam que investigaçäo complementar apropriada deve ser feita para avaliar a possibilidade de emprego da PZA em outras doenças, em que a resposta imunecelular tenha papel importante nos mecanismo de defesa do hospedeiro