ABSTRACT
OBJETIVOS: descrever a situação de maus-tratos contra idosos no município de Camaragibe, na região metropolitana do Recife, Pernambuco. MÉTODOS: estudo descritivo de corte transversal com uma amostra representativa da população idosa do município, e submetida a questionário previamente elaborado conforme os objetivos do estudo. RESULTADOS: dos 315 idosos, 95,4 por cento estavam na sexta e sétima década de vida, 65,2 por cento eram mulheres e recebiam até dois salários mínimos (91,4 por cento), 87,5 por cento tinham casas próprias, com deficiente esgotamento sanitário (84,1 por cento) e baixo grau de escolaridade (97,1 por cento). Sessenta e seis referiram sofrer maus-tratos. Desses, 65,2 por cento eram do sexo feminino. O tipo de violência mais comum foi a psicológica (62,1 por cento), seguida da física (31,8 por cento), cometidas pelos próprios familiares dentro do próprio domicílio. As mulheres foram mais agredidas que os homens. 71,3 por cento reagiram passivamente não sabendo a que órgão denunciar. No seu entendimento a comunidade era indiferente ao problema. CONCLUSÕES: os maus-tratos contra idosos apresentam-se como problema relevante para a saúde pública. Medidas educativas poderiam ser implementadas para esclarecê-los sobre direitos, facilitar a denúncia e a obtenção de apoio ou ajuda.
OBJECTIVES: to describe the situation of abuse against the elderly in the municipality of Camaragibe, in the metropolitan region of Recife, Pernambuco. METHODS: cross sectional study with a representative sample of the elderly population in the municipality, subject to abuse and respondents to a previously designed questionnaire according to the objectives of the study. RESULTS: of the 315 elderly, 95.4 percent were in the sixth and seventh decade of life and 65.2 percent were women and received up to two minimum wages (91.4 percent), were house owners (87.5 percent), living in neighborhoods with deficient sewage systems (84.1 percent) and low education level (97.1 percent). Seventy six claimed they were abused. Among these 65.2 percent were females. The most common type of violence was psychological (62.1 percent), followed by physical abuse (31.8 percent), perpetrated by family members themselves within their own homes. Women were more abused than men. 71.3 percent did not react and did not know where to seek help. Their perception is that the community is indifferent to the problem. CONCLUSIONS: education measures could be implemented to clarify the elderly on their rights, to facilitate denouncements and obtainment of support or help.