ABSTRACT
A utilização de extratos vegetais em produtos farmacêuticos e cosméticos tem mostrado ser uma tendência mundial e cresceu substancialmente nas duas últimas décadas. No entanto, há ainda poucos relatos na literatura com relação à atividade mutagênica ou fototóxica de extratos vegetais. No presente trabalho foi avaliada a atividade fototóxica e o screening mutagênico de extratos fuidos e secos de própolis, Aloe spp. e Hamamelis virginiana. Na investigação de fototoxicidade foram realizados ensaios microbiológicos, utilizando cepas de Candida albicans e Saccharomyces cerevisiae, bem como ensaios biológicos com cobaias albinos. Extratos etanólicos de Ruta graveolens e Citrus spp., além de 8-metoxipsoraleno (fármaco sintético padrão), foram usados como controles positivos de ambos os testes. A atividade mutagênica foi avaliada qualitativamente segundo o spot test descrito por Maron & Ames, com cepas de Salmonella typhimurium TA97, TA98, TA100 e TA102, empregando como controle positivo o óxido de 4-nitroquinolina. Não foi observada atividade fototóxica, em ambos os ensaios realizados, para qualquer dos extratos. O ensaio microbiológico demonstrou uma atividade fungistática ou fungicida nos extratos secos de hamamélis. Os resultados obtidos nos ensaios microbiológicos com a levedura S. cerevisiae indicam que este microrganismo apresentou eficiência no procedimento de screening de atividade fototóxica comparável à obtida com C. albicans. Os extratos vegetais não apresentaram atividade mutagênica nos ensaios preliminares realizados
Subject(s)
Rats , Animals , Aloe , Dermatitis, Phototoxic , Plant Extracts/toxicity , Hamamelis , Mutagenesis , Propolis , Mutagenicity Tests , Plants, MedicinalABSTRACT
A radiação solar, especialmente a ultravioleta, é reconhecida como a principal responsável pelo aumento da incidência de câncer em grande parte do mundo, inclusive no Brasil. A busca de substâncias com potencial ação fotoprotetora é uma importante ferramenta no combate a esta neoplasia. O objetivo deste trabalho é avaliar a ação dos extratos vegetais de Aloe spp. e H. virginiana como filtro solar, assim como da associação destes extratos ao filtro sintético p-metoxicinamato de 2-etilhexila. Estudos preliminares de fotodegradação destes extratos, frente à radiação visível e UVB, também foram realizados. Os extratos foram obtidos por extração em forno de microondas e concentrados a extratos fluidos e secos. O fator de proteção solar (FPS) de soluções contendo 3 e 10 por cento (p/V) dos extratos foi determinado por método espectrofotométrico in vitro. Os extratos secos apresentaram valores de FPS maiores que os extratos fluidos. A associação destes extratos ao filtro sintético resultou em aumento nos valores de FPS, sugerindo um efeito sinérgico. Nos estudos de fotodegradação foi observado que o extrato de hamamélis não sofreu alteração no perfil de absorção, após exposição à radiação visível e a UVB. No extrato de Aloe, no entanto, foram observadas alterações no perfil de absorção, quando incidido pelas duas radiações, mas somente a exposição à radiação UVB levou à diminuição de 2 unidades no FPS.