ABSTRACT
Objetivo: estudar a relação entre a comunicação não verbal e a verbal na criança mais velha com síndrome de Down, localizadas no período pré-operatório, durante situações de interação/jogo simbólico. Métodos: foram estudadas sete crianças, com idades entre 8 e 12 anos, em processo terapêutico de linguagem há pelo menos três anos na instituição. As crianças foram submetidas a duas situações de jogo com material figurativo e não-figurativo, com intervalo de tempo entre elas de 12 meses, seguindo-se o método dialético-didático. As sessões foram filmadas em videotape durante 20 minutos e transcritos, em protocolo específico, os gestos dêiticos, os representativos e as emissões orais. Resultados: o estudo estatístico foi realizado por meio do Teste-T e o nível de significância adotado foi de 0,05. Devido o tamanho da amostra e a grande variabilidade dos resultados, não foi possível a obtenção de resultados estatisticamente significantes, embora possam ser considerados muito importantes para a população estudada, e foram complementados por análise qualitativa. Os gestos dêiticos mais utilizados foram o "apontar" e o "mostrar", acompanhados de vocalizações/vocábulos. Os gestos representativos mais utilizados foram as "ações inerentes aos objetos", sem e com o acompanhamento de vocalizações/vocábulos e "imitações inerentes aos objetos". Na segunda avaliação, quando comparada com a primeira, tanto os gestos dêiticos quanto os representativos isolados tenderem à diminuição, enquanto os acompanhados de vocalizações/vocábulos tenderem ao aumento. Conclusão: os dados apontaram para a importância da comunicação não verbal ao se considerar a implementação da comunicação oral na criança com síndrome de Down.