ABSTRACT
O intuito deste estudo foi avaliar se o biotipo de homens atletas praticantes de esportes culturalmente femininos desencadeia a aplicação de estereótipos sexuais. Foram avaliados três grupos que diferiam quanto ao envolvimento com o desporto: a) Grupo 1 formado por alunos e profissionais de Educação Física, b) grupo 2 formado por sedentários e/ou sujeitos não inseridos no ambiente esportivo e c) grupo 3 formado por atletas praticantes de várias modalidades. Para a avaliação da percepção dos três grupos foi utilizado o Inventário dos Esquemas de Gênero do Autoconceito (IEGA). Análises de variância multivariada (One-Way MANOVA) foram realizadas correlacionando a variável independente "grupo" com os fatores das escalas masculina e feminina (variáveis dependentes) do instrumento e o teste t para amostras independentes para avaliar a diferença entre a percepção de homens e mulheres independentemente do nível de envolvimento do grupo. Os resultados demonstraram que os grupos diferem em relação aos fatores da escala masculina (fator negligência) e que não há diferenças significativas com relação aos fatores da escala feminina Quanto ao sexo, observou-se haver diferenças significativas entre homens e mulheres quanto as variáveis sensibilidade e negligência. Conclui-se que as características do desporto somadas ao biotipo das atletas contribuem para a aplicação de estereótipos, principalmente ao fator negligência. A mulher, independentemente de ser ou não atleta, apresenta ter menor preconceito com o homem atleta. Os homens por sua vez aplicam o estereotipo aquele atleta que pratica o esporte mais feminino ou neutro, principalmente avaliando este atleta como mais negligente. Esta característica traduz ser preguiçoso e descuidado e tem uma conotação de negatividade quando se trata de atletas. Os homens atletas tendem a não abandonar o que foi culturalmente apreendido e avaliam seus pares com maior preconceito do que as mulheres.(AU)
The purpose of this study was to evaluate whether the biotype of men athletes in women's sports culturally triggers the application of gender stereotypes. Three groups that differed in the involvement with the sport were evaluated: a) Group 1 - formed by students and professionals of Physical Education, b) Group 2 - formed by sedentary and / or subjects not included in the sports environment and c) group 3 - formed by athletes in various sports. For the evaluation of the perception of three groups Inventory Gender Schemas of Self-Concept (IEGA) was used. Multivariate analyzes of variance (One-Way MANOVA) were performed to correlate the independent variable "group" with the factors of male and female scales (dependent variables) of the instrument and the t test for independent samples to assess the difference between the perceptions of men and women regardless of their level of involvement in the group. The results showed that the groups differ with respect to factors of male scale (negligence factor) and no significant differences regarding the factors of female scale Regarding gender, we observed no significant differences between men and women regarding the sensitivity variables and negligence. We conclude that the characteristics of the sport added to the biotype of athletes contribute to the application of stereotypes, especially the neglect factor. The woman, whether or not an athlete, presents have less prejudice against the man athlete. The men in turn apply the stereotype that athletes who practice sports more feminine or neutral, mainly evaluating this athlete as more negligent. This feature translates into being lazy and careless and has a connotation of negativity when it comes to athletes. Men athletes tend not to abandon what was culturally apprehended and evaluate their peers with greater prejudice than women.(AU)