Efeito das restrições no desempenho do saque do voleibol: o papel do nível de experiência / Effect of constraints on volleyball service performance: the role of the experience level

RESUMO O objetivo do estudo é investigar como o desempenho do saque do voleibol de sujeitos com diferentes níveis de experiência é influenciado pela interação de diferentes restrições. Participaram do estudo 36 voluntários do sexo masculino (16,44 ± 0,50 anos) alocados em dois grupos em função do nível de experiência. Os participantes executaram 10 tentativas do saque do voleibol em cada uma das quatro condições experimentais. Foram manipuladas uma restrição relacionada à dificuldade da meta e outra relacionada ao ambiente físico para execução da tarefa. O desempenho do saque por cima do voleibol foi avaliado por meio de uma lista de checagem do padrão de movimento e da precisão ao alvo. Os resultados demonstraram que o grupo experiente manteve o desempenho em todas as condições, enquanto o grupo inexperiente apresentou menor consistência da precisão nas condições com restrição física e pior escore do padrão de movimento na condição de maior dificuldade da meta em interação com a restrição física. O nível de experiência exerceu maior influência no desempenho do que as demais restrições. Uma possível explicação é que ela é uma restrição capaz de maximizar a forma como o sujeito explora as informações disponibilizadas pelas demais restrições.

ABSTRACT The aim of the study is to investigate how the volleyball service performance of subjects with different levels of experience is influenced by the interaction of different constraints. The study included 36 male volunteers (16.44 ± 0.50 years) allocated into two groups according to the level of experience. Participants performed 10 attempts of the serve volleyball in each of the four experimental conditions. One constraint related to the difficulty of the goal and another related to the physical environment for the execution of the task were manipulated. The performance of the overhand volleyball serve was assessed by means of a movement pattern checklist and of the accuracy to target. The experienced group maintained performance in all conditions, while the inexperienced group showed less consistency of accuracy in conditions with physical constraint and worse score of the movement pattern in the condition of greater difficulty of the goal in interaction with physical constraint. The level of experience had a greater influence on performance than the other constraints. One possible explanation is that it is a constraint capable of maximizing the way that the subject explores the information available by the other constraints

Research on motor behavior in the year 2018 / Pesquisa na área de comportamento motor no ano de 2018

ABSTRACT Motor Behavior (MB) is the study of neuropsychological processes with regard to the motor response organization in terms of learning, control, and motor development. Three research sub-areas emerged from MB, that is, Motor Learning (ML), Motor Control (MC), and Motor Development (MD). The present study aimed at describing the intellectual production related to ML, MC and MD sub-areas in 2018, in addition to identifying the current profile of the MB area. The intellectual production of the MB sub-areas was organized according to stratum, type of task, and adherence to the journals of area 21 (CAPES). Fifty three articles on MB, published by 51 researchers, were found. All these studies were produced by the Graduate Programs of Physical Education in 2018. The distribution of the articles in sub-areas was represented as follows: 30.18% ML, 54.72% MC, and 15.10% MD. The MC sub-area had 86% of its articles published in the upper strata; the ML sub-area had 37%, followed by the MD sub-area with 13%. The average of the three sub-areas resulted in 83.02% of studies with simple tasks and only 16.98% with complex tasks. The greater number of publications with low adherence combined with the greater number of investigations with simple tasks seems to show the researchers' difficulty in approaching the knowledge produced in the MB area for undergraduate Physical Education students.

RESUMO A área de Comportamento Motor (CoM) investiga os processos neuropsicológicos da organização da resposta motora em termos de aprendizagem, controle e desenvolvimento motor, de onde emergiram. Este estudo teve como objetivo descrever a produção intelectual da área de Comportamento Motor (CoM), e as especificidades das suas subáreas de investigação denominadas Aprendizagem Motora (AM), Controle Motor (CM) e Desenvolvimento Motor (DM) produzidos pelos programas de Pós-graduação em Educação Física no ano de 2018. A produção intelectual nas subáreas do CoM foi organizada, por estrato, tipo de tarefa e aderência com os periódicos da área 21 da CAPES. Foram encontrados 53 artigos publicados por 51 pesquisadores. A distribuição dos artigos por subáreas foi representada por 30,18% AM, 54,72% CM e 15,10% DM. A subárea CM apresentou 86% de publicação dos artigos nos estratos superiores, a subárea AM com 37%, seguida da subárea DM com 13%. A média das três subáreas resultou em 83,02% de estudos com tarefa simples construída em laboratório e somente 16,98% com tarefa complexa. O maior número de publicações com baixa aderência aliado ao maior número de pesquisas com tarefas simples parece demonstrar a dificuldade dos pesquisadores de aproximar os conhecimentos produzidos na área de CoM com a formação de um corpo de conhecimento específico da Educação Física.

Estimativa do gasto energético da caminhada / Estimation of the gait energy expenditure

Este estudo foi desenvolvido com dois objetivos: 1) propor equações de predição do gasto energético da caminhada (GEC) em indivíduos jovens para três situações: a) quando é possível a identificação da velocidade da caminhada; b) quando é possível a monitorização da FC; e c) quando não é possível nem a identificação da velocidade nem a monitorização da FC; 2) validar a estimativa GEC feita pelo monitor de FC Polar M71®. Trinta indivíduos (16 homens de 22,7 ± 2,6 anos e 14 mulheres de 22,1 ± 2,1 anos), não-atletas, alunos do curso de Educação Física, foram instruídos a caminhar na esteira ergométrica com 1 por cento de inclinação, nas intensidades leve, moderada e alta, em velocidades auto-selecionadas, durante 6 min em cada intensidade. O VO2, medido pelo analisador metabólico Teem 100 da Aerosport, a FC e o GEC estimado pelo monitor eram registrados nos 2 últimos minutos de cada carga. Concluiu-se que a melhor predição é feita com a utilização da velocidade de caminhada e com o peso do indivíduo. A FC para predição do GEC deve ser acompanhada do gênero e FC de repouso do indivíduo. A escala proposta no estudo para percepção de intensidade do esforço deve ser utilizada quando não for possível registrar nem a velocidade de caminhada nem a FC do indivíduo. Devem ser tentados outros estudos com outras escalas de percepção do esforço. O monitor de FC Polar M71 é valido para a estimativa do GEC, com as ressalvas de que é necessário que FC ultrapasse 100bpm. Sua precisão é melhor em caminhadas de intensidade alta.

The aims of this study were: 1) to propose predictive equations for gait energy expenditure (GEE) of young individuals in three situations: a) when the identification of the gait velocity is possible; b) when heart rate (HR) monitoring is possible; and c) when neither the velocity identification nor the HR monitoring is possible; and 2) to validate the GEE made by the HR Polar M71® monitor. Thirty individuals (16 males, 22.7 ± 2.6 years and 14 female, 22.1 ± 2.1 years), non-athletes, physical education students were instructed to walk on the treadmill with 1 percent inclination, in self-selected low, moderate and high intensity velocities, during 6 minutes in each velocity. The VO2, measured by the Aerosport Metabolic Analyzer Teem 100, HR and GEE estimated by the monitor, were registered in the last 2 minutes of each load. It was concluded that the best GEE prediction is done with the use of the gait velocity and the individual's body weight. HR for prediction of GEE should be accompanied by the gender and rest HR. The perceived exertion scale proposed in this study should be utilized only when it is not possible to register the velocity or the HR. The use of other scales of perceived exertion is encouraged. The HR Polar M71 monitor is a valid instrument for GEE estimation, with the limitation that is necessary that HR exceeds 100 bpm. Its precision is enhanced at high intensity gait.

Índice de massa corporal e recíproco do índice ponderal na identificação de sobrepeso e obesidade / Body mass index and reciprocal of ponderal index as predictors of overweight and obesity

O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido tradicionalmente utilizado em estudos clínicos e epidemiológicos, como instrumento para identificar sobrepeso e obesidade. Rabelo & Araújo (2001) sugerem que a utilização do Recíproco do Índice Ponderal (RIP), pelas características de sua formulação, seria mais adequada. O objetivo deste trabalho foi comparar a identificação de sobrepeso feita pelos dois índices, tendocomo medida critério a estimativa do percentual de gordura (G%). Foram avaliados 89 homens (21,9 ± 2,3anos, 177,7 ± 7,2 cm, 69,5 ± 5,9 kg, 8,0 ± 0,2 G%, 22 ± 1,8 kg/m2 de IMC e 43,3 ± 1,63 m/ kg1/3 de RIP) e 70mulheres (21,4 ± 4,7 anos, 162,3 ± 5,4 cm, 54,9 ± 6,4 kg, 22,9 ± 4,5 G%, 20,8 ± 2,1 kg/m2 de IMC e 41,3 ± 4,1m/kg1/3de RIP). O G% foi estimado pela equação de Jackson & Pollock (1978) e Jackson et al. (1980). Osresultados da utilização do IMC e do RIP foram semelhantes. Para o gênero masculino, observou-se correlaçãode 0,60 para o IMC e 0,57 para o RIP em relação ao G%. Para o gênero feminino, as correlações foram0,63 e 0,66 respectivamente. A identificação de sobrepeso, com a utilização dos índices ponderais, para oshomens, concordou com o G% em 85 % dos casos e houve equilíbrio entre a ocorrência de resultados falsopositivose falso-negativos. Para as mulheres, a concordância foi de 70 %, com 30% de casos falso-negativos. Concluiu-se que a utilização de índices ponderais na identificação de sobrepeso, em indivíduos do gênero masculino, pode ser feita com concordância razoável com o G%, já para os indivíduos do gênero feminino, a utilização de tais índices deve ser feita com cautela. A utilização do IMC e RIP, nesta amostra, conduziu aresultados semelhantes na identificação do sobrepeso.

The Body Mass Index (BMI) has been utilized in clinical and epidemiological studies to identify overweightand obesity. Rabelo & Araújo (2001) suggested that the use of Reciprocal of Ponderal Index (RIP) would be moreappropriated. The objective of this study was to compare the identification of overweight by both ponderal indexesand by estimated body fat (F%) as well. Participated in the study 89 male subjects (21.9 ± 2.3 years, 177.7 ± 7.2cm, 69.5 ± 5.9 kg, 8.0 ± 0.2 F% and 22.0 ± 1.8 kg/m2 BMI and 43,3 ± 1,63 m/ kg1/3 RIP) and 70 female subjects(21.4 ± 4.7 years, 162.3 ± 5.4 cm, 54.9 ± 6.4 kg, 22.9 ± 4.5 F% and 20.8 ± 2.1 kg/m2 BMI and 41,3 ± 4,1 m/kg1/3RIP). F% was estimated by Jackson and Pollock (1978) e Jackson et al. (1980) equations. Both ponderal indexesshowed similar results. For males, the correlations coefficients were .60 for BMI and .57 for RIP in relation to F%.For females, the correlations were .63 and .66, respectively. The identification of overweight by ponderal indexesand by F% in males showed 85% of agreement and comparable cases of false-positive and false-negative. Infemales, the agreement was 70 % with 30% of false-negative cases. We concluded that the use of ponderalindexes to identify overweight in fitness programs in males has a fair agreement with F% but for females, ponderalindexes should be used with caution. The utilization of BMI or RIP, in this sample, lead to similar results.