Epidemiologia e diferenças regionais da retinopatia diabética em Pernambuco, Brasil / Epidemiology and regional differences of diabetic retinopathy in Pernambuco, Brazil

OBJETIVOS: Avaliar os dados de freqüência e estadiamento da retinopatia diabética em Pernambuco, Brasil, comparando a região metropolitana com cidades do interior do estado. MÉTODOS: Os prontuários de 2.223 pacientes diabéticos (1.568 mulheres e 655 homens; idade média de 58,4 ± 12,0 anos; duração média do diabetes de 8,1 ± 6,3 anos), que fizeram parte de um programa de triagem para retinopatia diabética na Fundação Altino Ventura entre os meses de junho de 2004 e junho de 2005, foram revistos quanto à presença de retinopatia. Os pacientes foram divididos em dois grupos quanto à origem: grupo I, pacientes residentes em Recife e região metropolitana; grupo II, pacientes residentes no interior do estado de Pernambuco. RESULTADOS: No grupo I, 477 (24,2 por cento) pacientes apresentavam retinopatia diabética ao passo que no grupo II, 89 (39,4 por cento) pacientes (p<0,0001). A freqüência de retinopatia diabética proliferativa, edema macular, hemorragia vítrea e descolamento tracional de retina foi maior entre os pacientes do grupo II com significância estatística (p<0,05). CONCLUSÕES: Pacientes oriundos do interior do estado de Pernambuco apresentam maior prevalência de retinopatia diabética bem como de formas avançadas da doença em relação aos pacientes da região metropolitana quando atendidos na Campanha de Diabetes. Medidas de implantação de telemedicina ou descentralização das unidades são sugeridas para melhorar a qualidade da triagem de diabéticos residentes no interior do estado.

PURPOSE: To evaluate the prevalence and severity of diabetic retinopathy among patients cared for in a screening program in Pernambuco, Brazil, comparing regional differences between urban and rural zones. METHODS: The charts of 2,223 diabetic patients (1,568 females and 655 males; mean age 59.3 ± 12.0 years; mean duration of diabetes 8.1 ± 6.3 years) that took part in a screening program for diabetic retinopathy at Altino Ventura Foundation from June 2004 to June 2005 were reviewed for the presence of the disease. Patients were divided into two groups: group I, patients living in Recife and the metropolitan area; group II, patients living in the interior of Pernambuco state. RESULTS: In group I, 477 (24.2 percent) patients had diabetic retinophathy, while in group II, 89 (39.4 percent) patients (p<0.0001). The frequency of proliferative diabetic retinophathy, macular edema, vitreous hemorrhage and retinal detachment was higher in group II patients (p<0.05). CONCLUSIONS: Patients living in the interior of Pernambuco state have a higher incidence of diabetic retinophathy and the advanced forms than patients living in Recife and the metropolitan area when examined in a screening program for diabetic retinopathy at the Altino Ventura Foundation. Telemedicine and descentralization actions are recommended for improvement of screening quality in patients living in the interior of Pernambuco state.

Retinopatia diabética: estudo populacional de custo-benefício / Diabetic retinopathy: cost effectiveness populational study

Avaliar custo-benefício em se realizar programas para triagem populacional e tratamento de retinopatia em pacientes diabéticos. Foram avaliados o estadiamento da retinopatia e seu custo para o diagnóstico e tratamento de pacientes entre pacientes diabéticos que foram atendidos em projeto para triagem visual (grupo I) e pacientes diabéticos que procuram o serviço de oftalmologia da fundação Altino ventura (Grupo II). A forma proliferativada retinopatia diabética foi mais prevalente entre os pacientes do grupo II (grupo I 22,2por cento vs grupo II 49,1por cento - p<0,0001). O edema macular diabético foi mais encontrado entre os pacientes do grupo II (grupo I 13,8por cento vs grupo II 26,7por cento - p= 0,0399). A indicação para o tratamento da retinopatia foi mais encontrada entre os pacientes do grupo II (grupo I 26,2 vs grupo II 58,7por cento - p<0,0001). No grupo II, o valor mediano do custo real mais alto entre os pacientes com a forma proliferatiava da doença (forma não proliferativa R$115,79 vs forma proliferativa RS 171,79 p<0,0001). Devido ao fato de se encontrar um menor número de pacientes com a forma grave da retinopatia no grupo I, aliado a estimativa d redução no custo do tratamento desses doentes, sugere-se que projetos para triagem visual de diabéticos devam ser estimulados com objetivo de reduzir não só o custo do tratamento desses doentes bem como propocionar um melhor resultado médico/social por diminuir a chance de cegueira

Hemorragia retiniana em recém-nascidos / Retinal hemorrhage in newborns

Objetivo: Determinar a freqüência de hemorragias retinianas, sua forma de apresentação e os principais fatores de risco, detectados em projeto de triagem visual de neonatos. Local: Fundação Altino Ventura. Métodos: Desenvolveu-se o estudo no período de abril a outubro de 2000 pela Fundação Altino Ventura. Examinaram-se 1848 neonatos em maternidades de referência do Estado de Pernambuco. Coletaram-se informações pré-natais, neonatais e do exame fundoscópico comparando-as a um grupo controle. Resultados: De um total de 1848 neonatos examinados, encontrou-se hemorragia retiniana em 234 casos (12,7 por cento), com acometimento da região macular em 11 casos (4,7 por cento). Não se observou associação entre sexo, idade gestacional, paridade e idade materna. Houve uma menor freqüência em casos de parto cesareano e uma maior freqüência em casos de hipóxia perinatal baseados no índice de Apgar. Conclusão: A hemorragia retiniana é uma manifestação comum durante o período neonatal, tendo localização intrarretiniana e, habitualmente, sendo resolvida nos primeiros dias de vida. A presença de hemorragias em localização pré ou sub-retinianas em crianças mais velhas deve levantar a suspeita para outras entidades clínicas.

Trauma ocular na infância e adolescência / Ocular trauma in children and adolescents

Objetivo: Determinar as causas, condições e conseqüências dos acidentes oculares em crianças e adolescentes visando a auxiliar o planejamento de medidas educativas de prevenção. Local: Fundação Altino Ventura, Recife, Pernambuco. Casuística e Métodos: Analisaram-se os casos de traumatismo ocular em pacientes abaixo de 18 anos atendidos no serviço de emergência oftalmológica do Hospital da Restauração, Recife, Pernambuco, única urgência oftalmológica da rede pública do Estado, no período de junho de 2000 a janeiro de 2001. Resultados: Estudaram-se 92 casos de trauma ocular em pacientes com idade inferior a 18 anos. A média de idade foi de 9,75 anos (DP = 5,37 anos) e o sexo masculino foi o mais acometido (68,6 por cento, n = 59). Houve predomínio de lesões leves (65,6 por cento, n = 42), ocorridas em 56,3 por cento (n = 49) dos casos, no ambiente doméstico ou em suas imediações. Comentários: É alta a incidência de lesões oculares com potencial para causar dano visual, devendo ser salientado o papel do médico oftalmologista para a prevenção destes infortúnios.

Angiofluoresceinografia em serviço de referência: freqüência diagnóstica / Angiofluoresceinography study in a reference service: Diagnostic frequency

Foram analisados 1.0006 angiofluoresceinografias realizadas entre 1996 e 1999, na fundação Altino Ventura e Hospital de Olhos de Pernambuco. Os achados mais frequentes foram: retinopatia hipertensiva em 397 casos (39,5 por cento); retinopatia diabética em 262 (26,0 por cento); e drusas de pólo posterior em 148 (14,7 por cento). Os achados normais estiveram presentes em 114 casos (11,3 por cento). Com exceção de retinopatia hipertensiva e oclusões venosas da retina, não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à distribuição do sexo por afecção. Com exceção de atrofia do epitélio pigmentar, houve diferenças estatisticamente significativas (p< ou = 0,002) das prevalências das frequências dos achados nos grupos etários. Conclui-se que os achados angiofluoresceinográficos decorrentes de doenças crônicas são de maior frequência em um serviço de angiofluoresceinografia. Tal fato pode ser explicado pelo motivo de que mais da metade dos pacientes (62,4 por cento) encaminhados para a realização dos exames pertencem ao grupo etário mais idoso