ABSTRACT
Objetivo: Considerando a escassez de estudos rurais de base populacional, buscou-se avaliar as associaçöes entre características do trabalho rural e a ocorrência de morbidade psiquiátrica menor - MPM. Métodos: Utilizando delineamento transversal, estudaram-se 1.282 agricultores de 446 estabelecimentos. As informaçöes foram coletadas por entrevista direta, a partir da percepçäo do trabalhador. O índice de Kappa foi adotado para controle de qualidade. Caracterizaram-se as condiçöes produtivas, dados sociodemográficos e indicadores de saúde mental. Resultados: A prevalência de MPM afetou 37,5 por cento dos agricultores. As prevalências foram maiores entre produtores de feijäo e menores entre os de maçä. Encontrou-se risco aumentado nos estabelecimentos de 26 a 50 ha, e risco reduzido associado à maior mecanizaçäo e aumento de escolaridade. A ocorrência de intoxicaçäo por agrotóxicos mostrou forte associaçäo com MPM, embora näo se possa definir a direçäo dessa associaçäo. Conclusöes: Os resultados alertam para a dimensäo dos problemas e para a urgência de medidas que visem a proteger a saúde dos agricultores