ABSTRACT
A formação em Medicina é densa e com grandes responsabilidades. Contato com a morte, ambiente competitivo, privação de lazer e sensação de insegurança técnica funcionam como um retrato da formação. Objetiva-se descrever os diferentes processos que interferem no sofrimento psíquico discente em todas as escolas médicas do Ceará. O estudo acompanhou, do segundo ao sexto ano, 40 alunos da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e 20% dos demais estudantes com ingresso comum em todas as outras escolas cearenses. Utilizou-se o Self-Report Questionnaire-20 para avaliar transtornos mentais leves (TML) . A maior prevalência de suspeitos de portar TML foi de 53,3% na Uece, com 20% dos alunos procurando ajuda psicológica. Nas outras escolas, 48,5% foram suspeitos e 18,2% procuraram ajuda. Depressão, insônia, problema pessoal, privação de lazer e insegurança técnica atuaram sobre o sofrimento. A formação médica representa um período de dúvidas, receios e tensões. Os currículos p recisam considerar como os estudantes lidam com a formação. As escolas devem tornar seus serviços de apoio mais integrados à execução dos currículos, focando os dois últimos anos, oferecendo suporte às tensões pessoais e familiares.
Medical training is an intense process that brings considerable responsibilities. Contact with death, a competitive environment, deprivation of leisure and a sense of technical insecurity are typical characteristics of the student's experience. This study aims to describe the different processes that affect psychological distress among students at all the medical schools in Ceará state. The study followed 40 second to sixth year students from the State University of Ceará (UECE) and 20% of the other students admitted by regular means to the other schools in Ceará. The Self-Report Questionnaire-20 was used to evaluate slight mental disorders (SMD) . Suspected cases of SMD were most prevalent at UECE, 53.3% of the students, and 20% had sought psychological help. In the other schools, there were 48.5% suspected cases, and 18.2% who had sought help. Psychological suffering was found to be engaged by depression, insomnia, personal problems, deprivation of leisure and technical insecurity. Medical education is a period of doubts, fears and tensions. The curricula need to consider how students deal with their own training. Schools should improve the integration between their support services and the implementation of the curricula, focusing on the last two years of study, offering support for personal and family tensions.