ABSTRACT
O trabalho infantil é proibido por lei, mas estudos mostram o crescente número de crianças trabalhando no mundo. Acreditamos que os discursos acerca do trabalho infantil vêm sendo historicamente reproduzidos pelas instituições socializadoras da criança como a família. Esse estudo objetiva discutir o que mães pensam sobre o trabalho de seus filhos. Realizamos grupos focais com mães de crianças que estudam e trabalham no cultivo das hortas em Gramorezinho (Natal-RN). Percebemos o quanto a ideologia do trabalho está imersa nas práticas discursivas dos sujeitos. As mães possuem uma história de uma infância de trabalho e reproduzem uma vivência de trabalho para seus filhos. O trabalho aparece como uma alternativa importante para a não permanência das crianças nas ruas. Percebemos, portanto, que quando se trata da criança pobre, o trabalho infantil apresenta-se como uma prática que vem sendo reforçada historicamente pela família.
Subject(s)
Child Labor , Maternal BehaviorABSTRACT
Este estudo objetivou investigar como é contemplada a questão do trabalho precoce pelas políticas de saúde do trabalhador em Natal. Para tal, fez-se um levantamento dos relatórios do Núcleo de Saúde do Trabalhador (NST) da Secretaria Municipal de Saúde e entrevistas semi-estruturadas com os técnicos do Núcleo e do Programa de Saúde do Trabalhador (PST). Quanto ao PST, constatou-se grandes dificuldades para a concretização, principalmente em virtude do descompromisso das autoridades políticas locais. Atualmente, é um tema que parece ter sido silenciado, sobre o qual técnicos e outros profissionais, antes envolvidos, não se dispõem mais a atuar nessa área ou, até mesmo, a falar sobre o assunto. Verificou-se que, com o mesmo silêncio, tem sido tratada a questão da saúde do trabalhador precoce, que ao longo da trajetória não se encontra nenhuma medida ou intervenção para que este trabalhador passe a ocupar um lugar frente às políticas de saúde do trabalhador