ABSTRACT
Após o surgimento do foco de leishmaniose tegumentar em Solano, Estado de Cojedes, Venezuela, 55 da populaçäo possuíam úlceras parasitadas, enquanto que em Mesquita, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 9% apresentavam a doença. Nos dois focos, crianças com menos de seis anos eram acometidas. Näo existe diferença significativa na ocorrência da doença entre sexos ou entre trbalhadores domésticso e agricultores. Em solano, 3% dos cäes e 28% dos equinos apresentavam lesöes paraditadas; em Mesquita estes índices eram de 19,8% e 30,8%, respectivamente. O parasito isolado de humanos, cäes e equinos foi identificado como Leishmania (Viannia) braziliensis, através da análise de zimodema e serodema. Neste foco existe uma evidência sugerindo que a leishmaniose é uma zoonose, onde os equinos e os cäes seriam os prováveis reservatórios. Entretanto, o ciclo enzoótico silvestre näo foram devidamente avaliados. A transmissäo nestes focos é provavelmente peridomiciliar, envolvendo vetores ecléticos como Lutzomyia panamensis, na Venezuela, e Lutzomya intermedia, no Brasil. Dados sobre a origem destes focos sugerem que equinos infectados säo importantes na disseminaçäo do parasita em área ecologicamente receptivas
Subject(s)
Dogs , Animals , Humans , Leishmania braziliensis , Leishmaniasis/epidemiology , BrazilABSTRACT
Durante um surto de leishmaniose tegumentar em Las Rosas, localidade previamente näo endêmica do Estado Cojedes, Venezuela, 12,9% dos habitantes, 7% dos cäes e 21,4% dos asnos (Equus asinus) apresentavam lesöes com parasitos. O agente etiológico nos tres hospedeiros foi identificado como Leishmania braziliensis, sendo da subespécie braziliensis pelo menos em pessoas e asnos. O transmissor provável foi Lutzomyia panamensis. Näo comprovamos a infecçäo numa pequena amostra de mamíferos silvestres examinados. O surto esteve aparentemente relacionado com a importaçäo de asnos com úlceras de áreas endêmicas. Chamamos a atençäo para o fato de que näo é apenas nos fócos de "uta", mas também nos de outras formas de leishmaniose tegumentar americana que os cäes estäo freqüentemente parasitados. Enfatizamos a necessidade de se procurar a infecçäo em asnos e de se proceder a hemoculturas e a xenodiagnósticos com flebotomos em casos humanos, caninos e equinos para investigar seu possível papel como fontes de infecçäo e näo o de meros "fins de linha" na cadeia epidemiológica da doença