ABSTRACT
Introdução: a avaliação da linguagem em adultos através da utilização de testes é um procedimento diagnóstico viável, porém é necessário conhecer o instrumento utilizado e obter dados da sua aplicação na população normal. Sabemos que a escolaridade é uma das variáveis que pode interferir no desempenho lingüístico. Objetivo: Este trabalho teve o intuito de identificar quais as tarefas do teste Beta 86 (protocolo Mt modificado) podem sofrer a influência da escolaridade para a realização. Métodos: Foram avaliados 60 indivíduos analfabeto, 41 do sexo feminino e 19 do sexo masculino, na faixa etária compreendida entre 20 e 55 anos. O teste Beta 86 (protocolo Mt modificado) é composto por provas que avaliam a compreensão oral, a compreensão gráfica, a escrita copiada, a leitura em voz alta, o ditado, a repetição e a denominação. Neste estudo não foram realizadas as provas de leitura e escrita. Resultados: De acordo com os dados obtidos, observamos que os indivíduos analfabetos apresentaram maior dificuldade em repetir não-palavras e frases, assim como apresentaram dificuldade nas tarefas de compreensão oral, para sentenças na voz passiva e frases com estrutura não-canônica. Conclusão: Consideramos que as alteraçãoes encontradas nestas tarefas podem estar relacionadas com a baixa escolaridade. Acreditamos que os instrumentos comumente utilizados na avaliação de linguagem devam ser estudados, considerando-se as variáveis socioeconômico-culturais da população normal.