Planejamento familiar: gênero e significados / Family planning: gender and significance

O planejamento familiar é um direito reprodutivo e sua efetivação possui interface com aspetos culturais, morais e envolve relações de gênero. Contudo, o planejamento familiar encontra obstáculos a sua efetivação enquanto direito, o que suscitou o interesse de problematizar os fatores que permanecem como impeditivos a sua efetivação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja análise de dados foi realizada segundo o método dialético. Objetivou-se analisar os aspectos sociais e de gênero intervenientes à política de planejamento familiar. Foram realizadas entrevistas com dez puérperas na enfermaria obstétrica de um hospital universitário em Pernambuco. Observou-se que as usuárias compreendem o planejamento familiar limitado ao uso de métodos contraceptivos, com prejuízo no diálogo em torno do planejamento, tanto no que se refere à comunicação do casal como nos serviços de saúde, que apresentam fragilidades nas práticas desenvolvidas no campo da educação em saúde.

The Family planning is a reproductive right. Its effectiveness has interface with cultural, moral and involves gender relations aspects. But the family planning encounters obstacles to its implementation as reproductive rights, which aroused the interest of problematizing the factors that remain impeding the realization of the right. This is a qualitative research whose data analysis was performed according to the historical-critical dialectical perspective. This study aimed to analyze the social and gender aspects related to the family planning policy. Interviews with ten women were conducted in the obstetric ward of a University Hospital of Pernambuco. It was observed that the patients understand the family planning restricted to using contraception methods, and identify injury about the dialogue around planning, both in regard to marital communication, as in health services, that presents weaknesses in practices that has been developed in the field of health education.

A educação como instrumento de promoção da saúde no enfrentamento da violência estrutural: uma revisão de literatura / Education as a tool for health promotion in tackling the structural violence: a literature review

O Brasil se apresenta como uma sociedade, que carrega em sua história a marca da violência estrutural, ou seja, uma violência que se expressa na forma de descaso com a população referente a elementos básicos da vida em sociedade como a saúde e a educação. É neste cenário que se configura a preocupação com os grupos excluídos na perspectiva de modificação de uma lógica excludente e hierarquizante. O pensamento da promoção de saúde, aliado às práticas educativas está associado ao enfretamento das iniquidades históricas, a fim de promover saúde visando a organização popular e do trabalho político, possibilitando a conquista dos direitos sociais. Consiste em um trabalho de revisão de literatura, realizado na base de dados eletrônica do Scielo. Tem como objetivo caracterizar como a educação vem sendo entendida e empregada como instrumento de promoção da saúde no enfrentamento da violência estrutural. Para tanto, pretende identificar como a educação está sendo vista como instrumento de promoção da saúde no meio científico, estabelecer uma co-relação entre a educação a promoção da saúde no enfrentamento da violência estrutural, bem como, levantar dificuldades encontradas pelas ações de educação na saúde. Foram identificadas como categorias de análise os aspectos conceituais da promoção e educação em saúde, a relação da educação em saúde com a violência estrutural, e ainda as dificuldades vivenciadas nas ações educativas no setor saúde. Os artigos trabalhados apresentam consenso referente aos conceitos de promoção da saúde, bem como da educação inserida neste processo, entretanto eles são abordados sob óticas distintas tendo como base os eixos da promoção da saúde. Além disso, foi possível perceber uma certa indefinição dos termos educação popular e educação em saúde, uma vez que compreendem perspectivas teóricas distintas e são, por vezes, usados sem distinção. Apesar de todas as dificuldades desse processo, com a participação efetiva dos diversos setores da sociedade é possível superá-las, todavia percebe-se a necessidade de se ampliar a discussão sobre como a educação pode realmente promover a saúde tendo como aspecto fundante todos os eixos da promoção.