ABSTRACT
Este estudo transversal investiga a utilização de serviços hospitalares e fatores associados em indivíduos com 14 anos ou mais em Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram entrevistados 1.954 indivíduos de 40 setores censitários. A prevalência de internação hospitalar no período de um ano foi de 9,4 por cento. Na análise ajustada para as demais variáveis, as que permaneceram associadas a uma maior chance de hospitalização foram: idade de 60 anos ou mais (RP = 4,14; IC95 por cento: 2,07-8,25), realização de consulta médica nos últimos dois meses (RP = 2,79; IC95 por cento: 2,03-3,83), a ocorrência de dois ou mais eventos estressantes (RP = 1,83; IC95 por cento: 1,19-2,80). A renda individual, de 2,10 salários mínimos ou mais, esteve associada a uma menor chance de hospitalização (RP = 0,60; IC95 por cento: 0,41-0,87). A prevalência de internações encontrada é compatível com outros estudos. A maior prevalência de hospitalização nos grupos de menor nível sócio-econômico pode indicar um menor acesso aos serviços de atenção básica. Outros fatores envolvidos poderiam ser a maior morbidade e severidade da doença entre os grupos mais pobres. Salienta-se a importância de investigar a relação entre eventos estressantes e morbidade.
This cross-sectional study investigates the use of health services and associated factors in individuals > 14 years of age in Canoas, Rio Grande do Sul, Brazil. 1,954 persons were interviewed in 40 census tracts. One-year prevalence of hospital admissions was 9.4 percent. Adjusted data analysis showed that hospitalization was associated with: age > 60 years (RP = 4.14; 95 percent CI: 2.07-8.25), physician visit in the previous two months (RP = 2.79; 95 percentCI: 2.03-3.83), and > 2 stressful life events (RP = 1.83; 95 percentCI: 1.19-2.80). Individual income of > 2.10 times the prevailing minimum wage was associated with decreased likelihood of hospitalization (RP = 0.60; 95 percent CI: 0.41-0.87). Prevalence of hospital admissions was consistent with other studies. Higher prevalence of hospitalization in lower-income groups may indicate decreased access to primary health care. Other possible factors are higher morbidity and severity of diseases among lower-income groups. Future research should focus on the relationship between morbidity and stressful life events.