ABSTRACT
Este estudo teve como objetivo analisar a intensificação e a individualização no âmago da "modernização do trabalho". Esses são compreendidos como processos que, ao se desenvolverem, causam sofrimento e penosidade aos trabalhadores. Nas organizações "modernas", a avaliação do trabalho é realizada cada vez mais sob um único prisma, qual seja, o da performance e o da rentabilidade econômica - aplicada nas relações de serviço e até mesmo do serviço público. É o sentido do trabalho que é afetado. Apoiando-se em uma pesquisa empírica conduzida junto a vendedores de bilhetes e pacotes de viagem de uma grande empresa de transporte, investigou-se a "quebra" dos ofícios como estratégia de assédio organizacional que fragiliza as defesas individuais e coletivas dos assalariados. Identificou-se um sentimento crescente de perda do controle sobre o trabalho por parte dos profissionais e um importante custo relacionado à saúde mental.
The study analyzes intensification and individualization in the core of "work modernization". Both are seen as processes that cause workers suffering and pain. In "modern" organizations, work has constantly been assessed by a single aspect: performance and economic profitability. When it happens within service relations, even within public service - it is the meaning of work that is affected. Supported by an empiric research involving travel packages and tickets salespersons from a large transport company, "breaking" of professions was investigated as a bullying at work strategy, which deteriorates wage earners' individual and collective defenses. The investigation found these sales professionals have increasingly been feeling they are losing control of their work, at significant cost to their mental health.