ABSTRACT
Realizaram-se testes audiométricos ocupacionais em 187 empregados de um hospital geral. Entre 114 empregados expostos a níveis de pressao sonora (NPS)>81 dBA, 60 (52,7 por cento) apresentaram perda auditiva e 54 (47,3 por cento) audiçao normal. Outro grupo tinha 73 pessoas expostas a NPS<80 dBA, das quais 35 (48,0 por cento) com perda auditiva e 38 (52,0 por cento) audiçao normal, inexistindo diferenças significativas entre os dois grupos. Análise por sexo e idade demonstrou perdas auditivas com diferenças significativas apenas em indivíduos do sexo masculino, com NPS>81 dBA e idade acima de 41 anos. Análise conjunta de regressao logística múltipla considerou significativas apenas as variáveis Sexo e Idade para o grupo de expostos a NPS>81 dBA, desconsiderando outras: raça, cor dos olhos, tabagismo, hipertensao arterial, glicemia, índice de massa corporal e lateralidade da alteraçao. A perda auditiva em audiometrias ocupacionais se apresenta como fenômeno de prediçao instável, com uma variedade de causas decorrentes de situaçoes passadas. Enfatizamos a necessidade do médico de avaliar a contribuiçao relativa de cada fator através de um processo denominado atribuiçao, mais em termos de probabilidade do que de precisao, sob padroes éticos e legais.