ABSTRACT
Este artigo tem por objetivo avaliar, pelo prisma da bioética, o surto de Hantavirose ocorrido na cidade satélite de São Sebastão - Distrito Federal, utilizando como metodologia a técnica dos grupos focais, que consiste em entrevistas abertas seguindo um roteiro pré-estabelecido. Por meio da percepção do problema pelos habitantes da localidade, o estudo conclui que o surto não foi causado por um único fator, mas, emerge de uma situação cujas causas se situam na ordem multifatorial, que compreendem as esferas ambiental, sanitária e social. Demonstra ainda que, para a população, a causa mortis da doença consiste principalmente na falta de responsabilidade com as políticas públicas do Estado. Os autores concluem que o surto deve ser refletido usando-se o pensamento complexo como ferramenta de análise no contexto da chamada Bioética de Intervenção, prestando informação à população a respeito do caso e das situações contraditórias diretamente relacionadas a ele.