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Psicol. educ ; (28): 23-50, jun. 2009. ilus, tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-580105

ABSTRACT

Com o intuito de contribuir para a ampliação do conhecimento dos fatores de risco e de resiliência envolvidos no desenvolvimento da criança, este estudo teve por objetivo identificar tais fatores entre escolares provenientes de famílias menos favorecidas economicamente. O caráter da pesquisa é descritivo e exploratório na busca de correlações entre fatores de risco que dificultam o desenvolvimento e fatores de resiliência que essa população pode apresentar. Optou-se pelo uso de múltiplos instrumentos por permitir análises estatísticas ainda pouco exploradas na pesquisa nacional sobre resiliência. Um total de 107 crianças de 3as e 4as séries de uma escola pública em uma cidade do interior de São Paulo responderam a Escala de Resiliência e o Inventário de Estilos Parentais. As mães (57) responderam aos instrumentos Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter, Inventário de Recursos no Ambiente Familiar, Escala de Eventos Adversos, Questionário de Suporte Social, Formulário Informativo sobre Nível Socioeconômico e Inventário de Estilos Parentais. O desempenho acadêmico foi levantado pelo SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar de São Paulo). Os resultados caracterizaram famílias de baixo poder aquisitivo e pouco suporte social. Os eventos adversos mais relatados relacionavam-se a problemas financeiros e dificuldades nos relacionamentos dos pais. Os dados do SARESP mostraram que 28,57 por cento das crianças apresentaram baixo desempenho acadêmico. Mais de 80 por cento das crianças se auto-avaliaram como apresentando vários fatores de resiliência, tais como uma auto-percepção positiva, habilidades sociais e contribuições de suportes externos. O estilo parental, tanto na avaliação das crianças como de suas mães, foi considerado de risco. Quase metade das mães (46 por cento) relatou que seus filhos apresentavam alto índice de problemas emocionais/comportamentais. Verificou-se que para esse grupo, os estilos e as condutas parentais eram significativamente mais negativos e o rendimento acadêmico era inferior quando comparado ao grupo com menos problemas. Considerou-se que cinco crianças (8 por cento do total), devido aos bons resultados acadêmicos apresentados diante do alto número de eventos adversos sofridos, poderiam ser consideradas resilientes. As práticas e condutas parentais negativas foram consideradas fatores de risco por sua correlação com problemas emocionais/comportamentais e a supervisão dos pais para e escola e bons resultados acadêmicos foram considerados fatores de proteção.


With the aim of contributing to the knowledge of risk and resilience factors involved in child development, this study had the goal of identifying these factors among low-income family students. The present research is descriptive and exploratory searching for correlations among risk factors that hinder the development and resilience factors that this population may present. Multiple instruments were used to allow for statistical analyses which are still little explored in Brazilian resilience research. A total of 107 children (3rd and 4th grades) from an elementary public school in are upstate city of São Paulo responded the Resilience Scale and Parental Styles Inventory. Mothers (57) responded the following instruments: A2 Behavior Scale from Rutter, Family Environment Resources Inventory, Adverse Events Scale, Social Support Questionnaire, Information Form about Social-economic Level and Parental Styles Inventory. Academic performance had been indicated by SARESP (Academic Achievement System of Sao Paulo State). Results characterized families as being economically less favored with poor social support. Common adverse events were associated with economic problems, and difficulties in the relationships of parents. SARESP showed that 28.57 percent of the children presented low academic achievement. Over 80 percent of the children evaluated themselves as presenting various resilience factors, such as a positive self-perception, good social skills and contributions from external support. Parental style, assessed by children and mothers was considered of risk. Practically half of the mothers (46 percent) reported that their children presented high indexes of emotional/behaviors problems. It was verified that for this group, parental styles and behaviors were significantly more negative and academic achievement was inferior when compared with the less behavior problem group. Due to the good academic achievement presented in spite of high number of adverse events suffered, it was found that five children (8 percent of the total) could be considered resilient. Negative parental practices and behaviors were considered risk factors for its correlation with emotional/behavioral problems, and school supervision from parents and good academic achievement were considered protective factors.


Con la intención de contribuir a la expansión del conocimiento de los factores de riesgo y resiliencia en el desarrollo infantil, este estudio tuvo como objetivo identificar estos factores entre los estudiantes de familias económicamente menos favorecidas. El carácter de la investigación es descriptivo y exploratorio, en busca de correlaciones entre los factores de riesgo que impiden el desarrollo y los factores de resiliencia que puede presentar esta población. Se eligió múltiples instrumentos por permitir el análisis estadístico todavía poco explorado en las investigaciones nacionales acerca de la resistencia. Un total de 107 niños de terceros y cuartos grados de una escuela pública en una ciudad del interior de São Paulo respondió a la Escala de resiliencia y al Inventario de Estilos Parentales. Las madres (57) respondieron a los instrumentos Escala Conductual Infantil A2 de Rutter, Inventario de Recursos en el Ambiente Familiar, Escala de Eventos Adversos, Cuestionario de Apoyo Social, Formulario de Nivel de Información acerca de las Condiciones Socioeconómicas y Inventario de Estilos Parentales. El rendimiento académico fue planteado por el SARESP (Sistema de Evaluación del Rendimiento Escolar de São Paulo). Los resultados caracterizaron familias de bajo poder de consumo y poco apoyo social. Los eventos adversos más frecuentes se relacionaron con problemaas financieros y dificultades en las relaciones de los padres. Los datos del SARESP mostraron que 28,57 por ciento de los niños tenían bajo rendimiento académico. Más del 80 por ciento de los niños se auto-evaluaron como presentando diversos factores de resiliencia, como una percepción positiva de sí mismo, habilidades sociales y las contribuciones de soportes externos. El estilo arental, tanto en la evaluación de los niños como de sus madres, fueron considerados en riesgo. Casi la mitad de las madres (46 por ciento) informaron que sus hijos presentaban altos niveles de problemas emocionales/conductuales. Se encontró que para ese grupo, los estilos y conductas parentales fueron significativamente más negativos y el rendimiento académico fue menor en comparación con aquellos con menos problemas. Se estima que cinco niños (8 por ciento del total), debido a los buenos resultados académicos presentados frente al número elevado de eventos adversos sufridos, podría considerarse resilientes. Las prácticas y el comportamiento parental negativo fueron considerados factores de riesgo por su correlación con problemas emocionales/conductuales y la supervisión de los padres y la escuela y buenos resultados académicos se consideraron los factores de protección.

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