Cytokine serum levels in patients infected by human immunodeficiency virus with and without Trypanosoma cruzi coinfection

Neste estudo foi avaliado o número de linfócitos TCD4, a parasitemia e os níveis séricos de interferon gama (IFN-g), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), interleucina-1 (IL-1), IL-4 e IL-10 em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência adquirida ou apresentavam co-infeccão pelo HIV/Trypanosoma cruzi. O número de linfócitos T CD4 estava baixo nos dois grupos de pacientes, embora significativamente menor nos pacientes sem a doenca de Chagas. Os níveis séricos de IFN-g, IL-4 e TNF-a foram significativamente maiores nos pacientes com a co-infeccão pelo HIV/Trypanosoma cruzi. A razão IL-4/IFN-g foi maior nos pacientes com a co-infeccão pelo HIV/T. cruzi, que sugere um balanco favorável para perfil Th2 nesse grupo de pacientes. Este balanco Th2 foi maior nos pacientes com parasitemia detectável. Conclui-se que, embora tenha sido observado imunossupressão, na maioria com linfócitos T CD4 abaixo de 200/µm3, esses pacientes não reativaram a infeccão pelo T. cruzi e que o balanco favorável a Th2 estava associado à presenca de parasitemia.

O coelho como modelo experimental no estudo da doença de Chagas / The rabbit as an experimental model in the study of Chagas disease

Infectaram-se 72 coelhos mestiços, jovens com diferentes cepas de T. cruzi (V, CL e Ernane) intraperitonealmente com 107 tripomastigotas sanguineos ou provenientes de celulas VERO ou pela via conjuntival com 2 - 4x 103 tripomastigotas procedentes do vetor D. maximus e realizaram-se estudos parasitológicos, imunológicos, histopatológicos e clinicos, tanto na fase aguda como crônica da infecção. Este animal demonstrou ser um hospedeiro susceptivel à infecção pelo T. cruzi já que a positividade dos exames parasitológicos durante a fase aguda foi 97 por cento dos casos, podendo-se tambem detectar na fase crônica mediante o xenodiagnóstico ou hemocultura em cerca de 40 por cento dos animais estudados. Mediante a imunofluorescência indireta (1F1) pode-se detectar a presença de anticorpos 19M e 19G, em todos os coelhos examinados, nas fases iniciais da infecção, sendo que a 19M negativou-se ou tornou-se subpatente a baixos titulos na fase crônica, enquanto que a 19G permaneceu elevada durante toda a experiência que em alguns animais foi de aproximadamente dois anos. Além disto,observaram-se a presença de anticorpos liticos através da prova da lise mediada por complemento (LMCo), associando-se estes achados à resistência e à presença de uma infecção ativa pelo T. cruzi em todos os animais examinados. Histopatologicamente as lesões foram de intensidade variável e observadas em todos os animais sacrificados em ambas as fases da infecção, encontrando-se além que estas lesões tinham relação com a cepa e via de inoculação. Em geral,encontrou-se que entre os 50 animais inoculados e sacrificados na fase crônica, 36 (72 por cento) apresentaram só pequenos focos inflamatórios e em alguns casos discretissimos focos de fibrose, caracteristicas estas de uma forma indeterminada; 4 (8 por cento) mostraram lesões severas semelhantes a uma miocardiopatia chagásica crônica, além de uma insuficiência cardiaca e 10 coelhos (20 por cento) apresentaram um estado intermediário caracterizado por lesões inflamatórias e fibróticas moderadas. Observou-se tambem um grande numero de alterações eletrocárdiográficas caracterizadas, principalmente, em ambas as fases, por bradicardia e bloqueio AV de primeiro grau e finalmente avaliou-se este animal como modelo experimental na eficácia de vacinas.