ABSTRACT
Resumo Historicamente, o papel do ecocardiograma de estresse físico no manejo da cardiomiopatia hipertrófica tem sido negligenciado na prática clínica, de acordo com a análise das diretrizes do American College of Cardiology/ American Heart Association de 2002, que recomendavam cautela no uso dessa metodologia, em portadores de cardiomiopatia hipertrófica, devido ao risco de possível ocorrência tanto de arritmia cardíaca, como de colapso hemodinâmico no esforço. Atualmente, o estresse físico na cardiomiopatia hipertrófica integra a avaliação rotineira de pacientes sintomáticos com ou sem gradiente da via de saída do ventrículo esquerdo < 50 mmHg, em repouso. Para este grupo, é um método seguro e confiável para medir o gradiente da via de saída do ventrículo esquerdo durante o esforço e sólido diferenciador de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica não obstrutivos (gradiente ausente, tanto em repouso quanto no esforço) daqueles com gradientes lábeis (gradiente ausente no repouso e presente no esforço). Portanto, na avaliação da cardiomiopatia hipertrófica, o estresse físico é igualmente útil na quantificação do grau de regurgitação mitral, nas alterações da contratilidade segmentar do ventrículo esquerdo e na avaliação da função diastólica do ventrículo esquerdo, diante do esforço, sendo capaz de predizer o futuro desenvolvimento de sintomas de insuficiência cardíaca. O método é também importante na determinação das diferentes estratégias de tratamento para cada paciente, desde a miomectomia cirúrgica ou a ablação septal alcoólica, para aqueles com gradiente lábil, com sintomas limitantes e refratários ao tratamento medicamentoso versus transplante cardíaco para aqueles sem gradiente.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Adult , Middle Aged , Atrial Fibrillation/complications , Hypertrophy, Left Ventricular/congenital , Cardiomyopathy, Hypertrophic, Familial , Heart Failure/complications , Mitral Valve , Stress, Physiological , Vibration/adverse effects , Magnetic Resonance Spectroscopy/methods , Ergometry/methods , Death, Sudden, Cardiac/etiology , Echocardiography, Stress/methods , Electrocardiography/methods , Ablation TechniquesABSTRACT
Abstract Background: In view of the high mortality for cardiovascular diseases, it has become necessary to stratify the main risk factors and to choose the correct diagnostic modality. Studies have demonstrated that a zero calcium score (CS) is characteristic of a low risk for cardiovascular events. However, the prevalence of individuals with coronary atherosclerotic plaques and zero CS is conflicting in the specialized literature. Objective: To evaluate the frequency of patients with coronary atherosclerotic plaques, their degree of obstruction and associated factors in patients with zero CS and indication for coronary computed tomography angiography (CCTA). Methods: This is a cross-sectional, prospective study with 367 volunteers with zero CS at CCTA in four diagnostic imaging centers in the period from 2011 to 2016. A significance level of 5% and 95% confidence interval were adopted. Results: The frequency of atherosclerotic plaque in the coronary arteries in 367 patients with zero CS was 9.3% (34 individuals). In this subgroup, mean age was 52 ± 10 years, 18 (52.9%) were women and 16 (47%) had significant coronary obstructions (> 50%), with involvement of two or more segments in 4 (25%) patients. The frequency of non-obese individuals (90.6% vs 73.9%, p = 0.037) and alcohol drinkers (55.9% vs 34.8%, p = 0.015) was significantly higher in patients with atherosclerotic plaques, with an odds ratio of 3.4 for each of this variable. Conclusions: The frequency of atherosclerotic plaque with zero CS was relatively high, indicating that the absence of calcification does not exclude the presence of plaques, many of which obstructive, especially in non-obese subjects and alcohol drinkers.
Resumo Fundamento: Diante da alta mortalidade por doenças cardiovasculares, faz-se necessária a estratificação dos principais fatores de riscos e escolha correta da modalidade diagnóstica. Estudos demonstraram que escore de cálcio (EC) zero caracteriza baixo risco de eventos cardiovasculares. No entanto, a frequência de portadores de placa aterosclerótica coronária com EC zero é conflitante na literatura especializada. Objetivo: Avaliar a frequência de pacientes com placa aterosclerótica coronária, seu grau de obstrução e fatores associados em pacientes com EC zero e indicação para angiotomografia computadorizada de coronárias (ATCC). Métodos: Trata-se de estudo transversal, prospectivo, com 367 voluntários portadores de EC zero, mediante a ATCC, no período de 2011-16, em quatro centros de diagnóstico por imagem. Foi assumido nível de significância 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A frequência de placa aterosclerótica nas artérias coronárias dos 367 pacientes com EC zero foi de 9,3% (34 indivíduos); neste subgrupo, a média de idade foi 52 ± 10 anos, 18 (52,9%) eram mulheres e 16 (47%) exibiam obstruções coronarianas significativas (> 50%), dos quais 4 (25%) apresentaram placas em pelo menos dois segmentos. A frequência de não obesos (90,6% vs. 73,9%; p = 0,037) e de etilistas (55,9% vs. 34,8%; p = 0,015) foi significativamente maior nos portadores de placa, apresentando, cada variável, odds ratio de 3,4 para o desenvolvimento das referidas placas. Conclusões: A frequência de placa aterosclerótica com EC zero foi considerável, evidenciando, portanto, que a ausência de calcificação não exclui placa, muitas das quais obstrutivas, principalmente nos não obesos e etilistas.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Middle Aged , Aged , Coronary Artery Disease/diagnostic imaging , Calcium/analysis , Plaque, Atherosclerotic/diagnostic imaging , Coronary Artery Disease/complications , Coronary Artery Disease/epidemiology , Brazil/epidemiology , Biomarkers/analysis , Body Mass Index , Cross-Sectional Studies , Prospective Studies , Risk Factors , Plaque, Atherosclerotic/complications , Plaque, Atherosclerotic/epidemiology , Computed Tomography AngiographyABSTRACT
A ressonância magnética cardíaca (RMC) constitui método não invasivo e tridimensional que permite a avaliaçãomorfológica e funcional de todas as câmaras do coração. Esse método tem ganhado importância na identificaçãoe caracterização de cardiopatias primárias que envolvem o ventrículo direito (VD), além de doenças secundárias que levam à disfunção das câmaras direitas. Dessa forma, este trabalho objetiva elucidar a melhor metodologia no diagnóstico dessas doenças mediante a RMC.
Subject(s)
Humans , Magnetic Resonance Angiography/methods , Ventricular Dysfunction, Right/complications , Ventricular Dysfunction, Right/diagnosis , Arrhythmogenic Right Ventricular Dysplasia/complications , Arrhythmogenic Right Ventricular Dysplasia/diagnosis , Heart Diseases/complications , Heart Diseases/diagnosis , Diagnosis , Echocardiography/methods , Heart , Tricuspid Valve , Heart VentriclesSubject(s)
Female , Humans , Male , Cardiovascular Diseases/diagnosis , Magnetic Resonance Imaging/standards , Tomography, X-Ray Computed/standards , Angiocardiography/methods , Angiocardiography/standards , Brazil , Magnetic Resonance Imaging/methods , Predictive Value of Tests , Prognosis , Societies, Medical , Tomography, X-Ray Computed/methodsABSTRACT
O miocárdio não compactado isolado (MNCI) é uma afecçãocongênita rara, resultante da interrupção da embriogênesenormal do miocárdio, a qual leva à persistência de trabeculaçõesnumerosas e profundas do endocárdio, comunicantescom a cavidade ventricular. Inicialmente descrita como umaentidade exclusiva da população pediátrica, vários casos deapresentação tardia ao longo da vida adulta foram descritosna literatura. Tem como manifestações clínicas principais:insuficiência cardíaca, eventos arrítmicos e episódios detromboembolismo sistêmico. Relata-se o caso de um adultojovem de 27 anos, cuja suspeita clínica foi estabelecida porecocardiograma bidimensional, sendo o diagnóstico definitivode não compactação isolada do miocárdio ventricular obtidopor ressonância magnética cardíaca.
Isolated noncompacted myocardium is a rare congenital disorderresulting from disruption of normal myocardial embryogenesis,leading to the persistence of numerous deep trabeculations of theendocardium, communicating with the ventricular cavity. Initiallydescribed as a congenital pathology of the pediatric population, severalcases of belated presentation during adulthood have been describedin literature. Its main clinical manifestations are heart failure,arrhythmic events and episodes of arterial thromboembolism. Wereport the case of a young adult man of 27-year-old, whose clinicalsuspicion was established by two-dimensional echocardiography,and the definitive diagnosis of isolated noncompaction of ventricularmyocardium obtained by cardiac magnetic resonance imaging.
Subject(s)
Humans , Male , Adult , Congenital Abnormalities/rehabilitation , Cardiomyopathy, Hypertrophic/diagnosis , Heart Failure/complications , Echocardiography , Magnetic Resonance Spectroscopy , Warfarin/adverse effectsSubject(s)
Humans , Male , Middle Aged , Cardiomyopathies/complications , Dextrocardia/complications , Genetic Diseases, X-Linked/complications , Heterotaxy Syndrome/complications , Cardiomyopathies/pathology , Cardiomyopathies/therapy , Dextrocardia/pathology , Dextrocardia/therapy , Genetic Diseases, X-Linked/pathology , Genetic Diseases, X-Linked/therapy , Heterotaxy Syndrome/pathology , Heterotaxy Syndrome/therapy , Treatment OutcomeABSTRACT
A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença genética cardíaca, caracterizada por hipertrofia ventricular esquerda. É assimétrica na maioria das vezes. O método diagnóstico considerado padrão para detecção de CMH é o ecocardiograma bidimensional. Os casos de CMH que passam despercebidos por esse método são poucos, e para eles há a necessidade de um outro exame de imagem que melhor visualize o tipo morfológico da doença apresentada: a ressonância magnética cardíaca (RMC). Este relato descreve um paciente com alterações eletrocardiográficas de base e que foi diagnosticado com CMH apical unicamente pela RMC, sem apresentar anormalidade significativa à ecocardiografia convencional.